Uma portaria do Inmetro, divulgada semana passada, no Diário Oficial da União, determinou a proibição da venda de chupetas e mamadeiras customizadas no Brasil. A partir de agora, a fabricação, venda e importação desses produtos com qualquer alteração está proibida. Dentre as exigências, estão vetadas a colagem de cristais, pérolas ou miçangas, ou ainda produtos que possam mudar de cor. 

Ainda de acordo com a portaria, a distribuição de mamadeiras e chupetas alteradas, mesmo que gratuitamente, também está proibida e deve ser retirada imediatamente de circulação. Maycom Danilo, diretor geral do Instituto de Metrologia do Estado do Piauí (Imepi), informa que o órgão já recebeu a notificação da portaria e que todas as exigências serão cumpridas conforme determina a lei. Segundo ele, a primeira medida que deverá ser feita é identificar os produtos que não estão de acordo com o recomendado. 

“São itens com substâncias cancerígenas, de baixa qualidade, sem o selo do Inmetro, ou seja, que não passou por testes de resistência, de composição, e isso tudo pode trazer danos à saúde da criança, já que algumas dessas partes ou fragmentos podem se soltar e ser ingeridas pelas crianças”, disse. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

Ainda de acordo com o diretor geral o Imepi, após a divulgação da portaria, já será feito o recolhimento dos produtos que não estiverem conforme a determinação do Ministério da Saúde. “Anteriormente, foi feita a notificação para os fabricantes e quem comercializa para já ir se adequando. Vale ressaltar que, se o Inmetro está fazendo isso é porque foram produtos que já tiraram a vida de alguma criança ou colocaram em risco a vida de alguém, então é muito importante que as pessoas estejam atentas e sigam corretamente o que diz a lei”, salienta. 

Os estabelecimentos comerciais que não se adequarem à portaria do Inmetro serão autuados e posteriormente multados. Segundo o Ministério da Saúde, a sufocação ou sufocamento é a terceira maior causa de morte de crianças de 0 a 14 anos de idade, perdendo apenas para acidentes de trânsito e afogamentos. Em 2013, cerca de 825 crianças morreram por conta de sufocamento e parte desses casos podem ter relação com mamadeiras e chupetas customizadas. 

Pais precisam estar atentos 

A vendedora Luciana Santos, que trabalha em uma loja de artigos infantis, explica que muitos pais se preocupam mais com a estética do produto do que com a qualidade e que, pelo menos 90% dos responsáveis, não se atentam a mamadeiras e chupetas com o selo do Inmetro. 

“Os pais não estão muito preocupados com a qualidade do produto, eles veem mais o preço e se é bonito. Algumas mães até chegam a colar pérolas ou outras coisas nas chupetas só para elas ficarem mais bonitas, mas esquecem que as crianças colocam na boca e podem arrancar e se engasgar”, disse. 

Ainda segundo Luciana Santos, os vendedores nas lojas também precisam ficar atentos com relação a esses itens nos produtos e orientar os pais sobre o que é melhor para as crianças. “Tem pais de primeira viagem que não entendem e compram o produto mais caro, porque pensam ser o melhor, mas, às vezes, nem é. Nós que temos que orientar e indicar os produtos mais indicados, tanto para cada idade quando os de melhor qualidade”, finaliza.

Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia