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Ações contra fraudes em concursos resultaram em 72 presos em 2016

Em março, a polícia conclui inquérito de fraude no TJ, em outubro, 5 foram presos no concurso para agente penitenciário e em novembro, quadrilha que fraudou certame dos Bombeiros foi desarticulada.

22/12/2016 09:53

Durante o ano de 2016, 72 pessoas foram presas pela Polícia Civil do Piauí em operações que investigavam fraudes em concursos públicos, sendo 32 na Operação Veritas, sobre o certame do Tribunal de Justiça, cinco no concurso para agente penitenciário da Sejus, e 35 durante a Operação Vigiles, contra fraude no certame do Corpo de Bombeiros.

Dos três inquéritos abertos pelo GRECO, dois foram concluídos – o da Operação Veritas e o da Operação Vigiles – e um ainda se encontra em andamento – o do concurso da Secretaria de Justiça. Ao todo, 93 pessoas foram indiciadas, sendo 21 em março no encerramento do inquérito sobre o concurso do TJ, e 72 no inquérito sobre o concurso do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) as operações deflagradas no intuito de desarticular esses grupos criminosos servem para garantir o princípio da lisura e da isonomia nos concursos públicos. “No concurso do TJ, a nossa atuação aconteceu logo após a fraude, já no dos agentes ela aconteceu durante, ou seja, nós conseguimos prender em flagrante os fraudadores. E no concurso dos Bombeiros foi quase dois anos depois e nós conseguimos novamente desarticular esse grupo que tinha inclusive ligação com o da Operação Veritas”, detalha o delegado.

Kleydson Ferreira destacou ainda que o modus operandi das quadrilhas era praticamente o mesmo em todos os concursos: pessoas de dentro das organizadoras dos certames tinham acesso à prova e repassavam seu conteúdo para os membros da quadrilha responsáveis por responde-la e enviar os gabaritos aos candidatos que integravam o esquema. O delegado lembra que no caso dos concursos investigados houve participação de funcionários terceirizados por parte da organizadora no esquema quando da aplicação das provas.

Procurado, o coordenador do Nucepe, Jorge Martins, esclareceu que a terceirização dos serviços pela organizadora se dá nos setores de segurança e de aplicação dos exames. “Como nós trabalhamos com segurança reforçada e monitoramento nesses concursos, temos que contratar empresas privadas que prestem esse serviço. E para a aplicação chamamos funcionários, técnicos, professores e até mesmo estudantes para poder atuar nesse sentido. É importante destacar que a terceirização não é interna no Nucepe, mas o chamamento de pessoas contratadas especialmente para esses concursos”, explica o coordenador.

Questionado sobre que medidas o Nucepe pretende tomar para 2017 no sentido de evitar noas fraudes em concursos, Jorge Martins diz que ainda vem estudando o que fazer, que o órgão se deparou com uma situação atípica e que ainda tenta entender o que aconteceu para que esses problemas ocorressem na aplicação das provas dos concursos. Ele explica que o Nucepe tem trabalhado em diálogo com o GRECO e que tem colaborado com todas as investigações, inclusive repassando informações importantes que norteiem a atuação da polícia.

Por: Maria Clara Estrêla
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