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Ex-PM diz não ter matado Camilla e se nega a responder perguntas

Contradizendo a versão dada à Polícia Civil, Alisson Wattson negou ter matado a estudante e preferiu não responder as perguntas da juíza e da promotoria.

23/02/2018 11:21

Atualizada às 15h30

O ex-capitão da Polícia Militar, Alisson Wattson, negou ter matado a estudante Camilla Abreu em seu depoimento na audiência de instrução e julgamento do Tribunal do Júri, ocorrida durante a manhã e o início da tarde desta sexta-feira (23). A fala do ex-PM contradiz a versão dada em depoimento à Polícia Civil durante as investigações do desaparecimento da estudante. Na época, o ex-capitão confessou ter matado a estudante e apontou com precisão o local onde havia ocultado o corpo de Camilla.

Para o pai de Camilla, Jean Carlos Abreu, a versão do ex-PM surpreendeu a família. "Ele tem o direito de falar o que ele quiser. Eles estão jogando para todo lado para tentar livrar ele", diz o pai da estudante assassinada. Segundo Jean Carlos, a tentativa da defesa de desqualificar o comportamento da estudante é uma tentativa desesperada de inocentar o ex-policial. "A defesa foi muito fraca. O que ela fez ou não, não vem ao caso, o que vem ao caso é o homicídio, a ocultação de cadáver, a fraude processual, todos os crimes que ele cometeu", enfatiza.

Pai de Camilla, Jean Carlos Abreu. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Durante a audiência, Alisson Wattson alegou sofrer de distúrbios psicológicos e se recusou a responder as perguntas feitas pela magistrada, a juíza Maria Zilnar Coutinho, e pela promotoria, respondendo apenas os questionamentos feitos pelo seu advogado. De acordo com a juíza Maria Zilnar, a decisão sobre o julgamento no Tribunal do Júri deve ser proferida até o início do mês de março. "O promotor pediu uma diligência requerida pelo Ministério Público. Então, a defesa terá cinco dias para se manifestar e após isso eu irei decidir se o caso irá ou não ao Tribunal do Júri", explicou a magistrada.

Juíza Maria Zilnar Coutinho. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Matéria original

A audiência de instrução do ex-capitão Alisson Wattson, suspeito de ter matado a estudante Camila Abreu, foi marcada por debates acalorados entre o advogado Pitágoras Veloso, o promotor Benigno Filho e a juíza  Maria Zilnar Coutinho.

A defesa foi advertida pela juíza de que estaria desrespeitando a vítima e a testemunha Luana Maria de Sousa, amiga de Camila, devido às perguntas desqualificando as duas. Mais de uma vez, Maria Zilnar indeferiu questionamentos do advogado.

Audiência de instrução do caso Camilla Abreu. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Pitágoras Veloso chegou a perguntar se Camila e Luana exploravam o ex-capitão financeiramente, quem pagava as contas quando eles saíam e até se a vítima era garota de programa e “afobada".

O advogado e o promotor Benigno chegaram a trocar farpas. “O colega está tendo muito o que falar para quem disse não ter tese de defesa", disse o promotor, fazendo referência ao pedido do advogado de adiar a audiência alegando que pegou o caso ontem (22) e não teve como elaborar uma defesa consistente.

Família de Camilla acompanhou toda a audiência. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

A estudante de Direito Camila Abreu foi assassinada no dia 26 de outubro do ano passado. O principal suspeito é o então namorado, o ex-capitão da Polícia Militar, Alisson Wattson, que confessou a autoria do crime após tentar esconder o corpo da jovem em um matagal na zona Rural de Teresina. 

Por: Nayara Felizardo, Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla.
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