Sabe aquele dia em que nada dá certo? Em que os fãs de futebol brincam que o time pode jogar por três dias e mesmo assim o gol não vai sair? Pois é. Troque a grama e o gol pela areia e a rede. Foi dessa forma que a dupla Larissa e Talita se despediu da briga pelo ouro na Olimpíada do Rio. Com uma atuação irreconhecível na Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana, as brasileiras não conseguiram parar as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst na tarde desta terça-feira e perderam por 2 sets a 0, parciais de 21/18 e 21/12. Pior, viram de camarote a profecia de Ludwig se realizar.
Conhecida como ''Miss Simpatia'' no Circuito Mundial, a alemã, que faz aulas de português e é fã do cantor Seu Jorge, tinha previsto um novo 7 a 1 em caso de encontro com as brasileiras nas areias de Copacabana. Dito e feito. Ludwig literalmente acabou com o jogo e foi responsável por 13 das 14 defesas de sua dupla. Ainda marcou 14 pontos em ataques e contou com a ajuda de Walkenhorst no bloqueio, responsável por outras cinco bolas na areia. Em um jogo com duplas de alto nível, uma vitória por 21 a 12 é um massacre fora da curva.
Brasileiras foram derrotadas com facilidade pelas adversárias alemãs (Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COB)
ERROS NÃO FORÇADOS E BLOQUEIO ZERADO
Em um duelo entre duas das melhores duplas do mundo no vôlei de praia feminino, o equilíbrio era o mais natural. Mas isso só aconteceu no primeiro set. Com o apoio da torcida e Talita afiada nos ataques, as brasileiras se mantiveram na frente do placar durante quase todo o tempo. Mas não conseguiam abrir mais de três pontos de vantagem. E quando chegou a reta final do set, Ludwig e Walkenhorst mostraram mais frieza. Abriram 18 a 16, mantiveram até 20 a 17 e se aproveitaram de dois erros de saque em sequência - um de Talita e outro de Larissa - para fechar o primeiro set em 21 a 18.
As falhas na hora decisiva e a derrota parcial abalaram as brasileiras. Em momento algum do segundo set Larissa e Talita pareciam ter forças para reagir. As alemãs começam com tudo e abriram logo 7 a 2. Enquanto as donas da casa ainda estavam zeradas no bloqueio, Ludwig defendia como nunca e Walkenhorst quase não errava no ataque - botou na areia 12 das 18 cortadas. Parecia questão de tempo. A cada erro não forçado, as brasileiras se entreolhavam como quem pensava: ''hoje não é o nosso dia''. Não era mesmo. As rivais apenas administram o placar, abriram vários pontos de vantagem e fecharam em 21 a 12. Agora é colocar a cabeça no lugar e pensar no bronze.
Fonte: globoesporte.comPor: Alexandre Alliatti, Carol Fontes, Edgard Maciel de Sá e Gabriel Fricke