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Caso Aretha Dantas: Defesa alega insanidade mental do ex-namorado

Para a família de Aretha, o pedido é uma tática para tentar absolver o suspeito do crime. Inquérito deve ser concluído até sexta-feira (25).

23/05/2018 15:09

A defesa de Paulo Alves dos Santos Neto, suspeito de ter assassinado a cabeleireira Aretha Dantas, apresentou uma petição para comprovar uma suposta insanidade mental do ex-namorado da vítima. O pedido foi anexado ontem (22) ao inquérito que investiga o crime de feminicídio, cuja vítima foi encontrada morta na avenida Maranhão no último dia 15 de maio.

Cabeleireira foi brutalmente assassinada pelo ex-namorado. (Foto: Arquivo Pessoal)

O advogado da família de Aretha, Marcos Vinícius Nogueira, afirmou que foi surpreendido pelo pedido. Para ele, houve uma precipitação por parte da defesa do acusado. “Esse é um pedido totalmente descabido. Não há uma denúncia, não tem nem inquérito ainda. Nós não temos dúvida de que esse pedido não será acatado pelo juiz”, destaca.

Segundo o advogado, o pedido é uma tentativa da defesa de absolver o suspeito, uma vez que Paulo Neto teria confessado ser o autor do crime. “Mesmo que ele tenha um problema psicológico agora, eu acho muito difícil a junta médica precisar que ele teve um surto no momento do crime”, argumenta o advogado da família.

O pedido será analisado pelo juiz da Central de Inquéritos que deverá decidir se autoriza uma análise das condições mentais do suspeito.

A previsão é de que o inquérito sobre o crime seja concluído até a próxima sexta-feira (25).

Vítima tentou registrar boletim de ocorrência

Segundo a família de Aretha Dantas, a vítima tentou registrar um boletim de ocorrência cerca de três semanas antes do crime na Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), no bairro Parque Piauí, zona sul de Teresina. No entanto, devido à greve dos policiais civis, a cabeleireira não conseguiu formalizar a denúncia.

De acordo com o advogado, a vítima relatou em conversas por meio de aplicativos de mensagens que havia sido agredida e mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro. Em uma das mensagens, a cabeleireira conversa com a irmã e diz que tentou fazer a denúncia para que as agressões não acontecessem com outras mulheres. “Ele tem que aprender para não fazer mais com mulher nenhuma”, disse ela.

A reportagem do Portal O Dia entrou em contato com a Delegacia Geral, por meio de sua assessoria de imprensa, para saber o posicionamento do órgão sobre o impedimento da formalização da denúncia feita pela vítima. Contudo, até o momento, nenhum posicionamento foi dado pelo órgão. Procurado, o delegado-geral Riedel Batista, não falou com o Portal O Dia.

Por: Nathalia Amaral
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