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Caso Gabriel: juíza mantém prisão preventiva de suspeito

Advogado da família diz que mesmo confessando o crime, motivos para manutenção da prisão preventiva permanecem.

08/08/2019 11:36

Atualizada às 12h20

A juíza da Central de Inquéritos do Piauí, a magistrada Patrícia Luz, decidiu pela manutenção da prisão preventiva de Deivid Ferreira da Silva, suspeito de ser autor do homicídio do estudante Gabriel Brenno Nogueira da Silva Oliveira, em 17 de julho deste ano. 

Durante a audiência, o suspeito descartou a prática de tortura e maus tratos pelas autoridades policiais, motivo pelo qual a legislação brasileira determina a urgência na realização da audiência de custódia, garantindo o direito do preso à integridade física e psicológica enquanto estiver sob custódia do Estado. Diante disso, Deivid Ferreira deverá ser encaminhado à unidade prisional para aguardar julgamento pelo crime de homicídio qualificado.

Matéria original

Para o advogado da família do estudante Gabriel Brenno Nogueira da Silva Oliveira, de 21 anos, assassinado a tiros no Centro de Teresina no dia 17 de julho, o suspeito de cometer o crime não deverá receber liberdade provisória durante audiência de custódia que irá acontecer nesta quinta-feira (8). Isso porque os motivos considerados para o pedido da prisão preventiva permanecem em voga. 

Segundo o advogado Júnior Torres, o fato de Deivid Ferreira da Silva, apontado como autor do disparo, ter se evadido do local do crime e ter se livrado de provas, como a arma de fogo utilizada para cometer o assassinato, garantem a manutenção da prisão preventiva. 

Para advogado, fuga e destruição de provas podem pesar em audiência. (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)

“Ele fugiu, se evadiu do local, acredito que não tenha motivos para ser revogada essa prisão, para que o coloque em liberdade provisória, ainda que com medidas cautelares. Ele se evadiu do juízo de culpa, foi ao Maranhão, voltou, destruiu uma prova do crime, como ele próprio falou que jogou a arma no rio”, afirma.

Caso a liberdade provisória seja concedida, o acusado poderá ser posto em liberdade com a implicação de medidas cautelares, como monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar noturno. Outro fato que pode ser considerado pelo magistrado para análise do caso será a confissão de autoria. Em entrevista à imprensa, Deivid confessou ser autor dos disparos e revelou que premeditou o crime.

“A confissão é importante, mas ela tem que ser ratificada no momento da audiência, no momento da audiência de pronúncia e na oitiva dele durante o procedimento do júri. Ele precisa ratificar essa confissão para ter algum tipo de fim na pena dele”, destaca o advogado de acusação.

Acusado chorou e pediu perdão pelo crime. (Foto: Elias Fontenele/O DIA)

Em entrevista ao O DIA, o irmão da vítima, Eric Oliveira, relatou que a vítima não havia revelado para a família que estava sendo ameaçada de morte. Segundo ele, Gabriel Brenno teria apenas informado ao irmão sobre o relacionamento com a mulher que teria sido o pivô do crime.

“A única informação que ele deu foi que essa mulher da academia estava dando em cima dele, mas em nenhum momento ela teria falado pra ele que era casada ou que tinha algum relacionamento. Ele falou com ela por duas semanas, mas só mantiveram relação pessoal uma vez”, relata.


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Deivid Ferreira da Silva está preso preventivamente. Após a audiência de custódia, o Ministério Público poderá requisitar novas diligências e exames periciais nas provas colhidas durante a investigação, como a perícia nos celulares da vítima e acusado. Nos próximos dias, o MP deve apresentar denúncia e, caso seja recebida pelo juiz, será dado prosseguimento a ação penal no Tribunal da Vara Popular do Júri.

Por: Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla
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