Um estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí, identificado como Emerson Mourão, 22 anos, compareceu ao 12º Distrito Policial na noite desta quinta-feira (19) para registrar um boletim de ocorrência em que relata ter sido agredido por um segurança terceirizado da UFPI.

O caso ocorreu por volta das 18h30, quando um grupo de aproximadamente 40 pessoas, boa parte universitários, realizava uma oficina em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

No início da noite, três seguranças da UFPI chegaram ao local onde a oficina ocorria, ao lado da Rádio Universitária, e questionaram se os participantes tinham autorização para realizar o evento.

Segundo Emerson Mourão, os organizadores apresentaram a autorização. Ainda assim, um dos seguranças disse que eles não deveriam estar no local, pois estariam fazendo baderna.

Os participantes da oficina tentaram argumentar com o seguranças, mas o desentendimento prosseguiu e o evento precisou ser encerrado.

Em seguida, alguns dos estudantes reuniram-se no Centro Acadêmico do curso de Jornalismo, que fica próximo ao local onde a oficina ocorria. Neste momento, ainda de acordo com o relato de Emerson, o segurança mais exaltado teria invadido o CA e iniciado uma nova discussão com os alunos. "O tempo todo ele permaneceu bastante agressivo. Além dele, havia mais um funcionário da UFPI e outros dois seguranças, mas este em particular ficou bastante nervoso e permaneceu o tempo todo com a mão na arma [de fogo], como se estivesse nos ameaçando", detalha o universitário.

A agressão teria ocorrido no momento em que Emerson perguntou o nome do segurança e disse que iria fotografá-lo, caso ele continuasse exaltado. "Quando eu acionei a câmera do celular e o flash disparou, ele [segurança] bateu na minha mão e o celular acabou caindo no chão. Eu me abaixei para pegar e neste momento ele me agrediu, fraturando um dos meus dedos", acrescenta Emerson Mourão.

Neste instante, o funcionário da UFPI e os outros seguranças intervieram na discussão, e os ânimos se acalmaram.

De acordo com Emerson, o segurança agressor deixou o local às pressas após a agressão. "Antes de ir à delegacia, nós fomos questionar a alguns servidores da universidade o nome do segurança, mas ninguém queria informar. Só após muita insistência nos falaram que ele se chama Henrique", relata o universitário.

Depois de registrar o B.O. no 12º Distrito, Emerson Mourão seguiu até a Central de Flagrantes para solicitar um requerimento autorizando a realização do exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Outro lado - A reportagem entrou em contato com a Divisão de Vigilância da UFPI por meio do telefone (86) 3215 5591. A pessoa que atendeu o telefonema disse que não tinha tomado conhecimento de qualquer confusão no campus. Informou que o chefe da divisão não estava no momento, e pediu que uma nova ligação fosse feita na manhã desta sexta-feira.