Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Jovem apontado como 3º suspeito de massacre se entrega à polícia

Ele também é ex-aluno da escola e estudou na sala de Guilherme Taucci Monteiro, 17, o líder do massacre.

15/03/2019 14:38

O terceiro suspeito de participar do planejamento do ataque a tiros na escola Raul Brasil se apresentou ao Fórum de Suzano (Grande SP) por volta das 11h desta sexta-feira (15). Antes, ele fez exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

Este era o prazo dado pela Vara da Infância e da Juventude para que o jovem de 17 anos se apresentasse na oitiva. Ele chegou ao local em um carro da polícia acompanhado pela mãe. Na tarde desta quinta (14), o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, pediu à Justiça que o adolescente fosse apreendido.

Ele também é ex-aluno da escola e estudou na sala de Guilherme Taucci Monteiro, 17, o líder do massacre, que deixou 8 mortos na quarta (13).

Em virtude do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o processo que vai apurar a participação do jovem correrá em segredo de justiça.

Inicialmente o novo suspeito está sendo ouvido pelo Ministério Público, o responsável por pedir a abertura de uma ação à Justiça.

Caso seja esta a decisão da promotoria, a juíza Erica Marcelina Cruz, da Vara da Infância e Juventude, poderá determinar a internação dele na Fundação Casa por 45 dias ou optar pela liberdade assistida, entre outras medidas.

O envolvimento do terceiro suspeito no crime teria ocorrido no planejamento do crime, segundo o delegado Ruy Fontes. O dono do estacionamento onde Guilherme Taucci e Luiz Henrique de Castro, 25, guardaram o carro usado no ataque teria informado à polícia a participação do adolescente.

Entre os 11 telefones celulares apreendidos pela polícia nesta quarta, um pertence ao jovem que está sendo ouvido. Quase todos os outros aparelhos são relacionados a Guilherme Taucci.

INVESTIGAÇÕES

Colegas de classe da Raul Brasil também afirmaram que o adolescente e Guilherme eram muito próximos e, dias antes do massacre, o suspeito havia manifestado o desejo de entrar na escola atirando.

Os policiais acreditam que o plano seria executado pelos dois, mas, por motivos ainda desconhecidos, o adolescente acabou excluído da ação. Isso também revela que Guilherme seria o líder.

Fontes disseram que a investigação vai tentar descobrir, agora, porque o novo suspeito não participou do ataque. Os policiais acreditam que Guilherme, já sem o comparsa, teria procurado Luiz Henrique para que este pudesse financiar o plano. Como tinha emprego regular, ele teria recursos para comprar as armas e alugar o veículo usado no dia dos assassinatos.

A polícia também apura se Luiz, o mais velho do trio, tinha algum déficit cognitivo. "A gente entende que a personalidade dele não era tão firme a ponto de impedir ou deixar de ingressar na execução de um crime desse, principalmente liderado por uma pessoa que era pelo menos sete anos mais nova do que ele."

Segundo o delegado, os assassinos se inspiraram no massacre de Columbine, ocorrido em 1999, nos Estados Unidos, mas queriam ser ainda mais cruéis. "Eles queriam demonstrar que podiam agir como aconteceu em Columbine, com crueldade e com caráter trágico, para que eles fossem mais reconhecidos do que aqueles", disse Fontes.

A dupla usou um revólver, carregadores, uma besta (arma medieval), um machado, uma machadinha, coquetéis molotov e granadas de fumaça. As roupas usadas seriam inspiradas no jogo de videogame Call of Duty, episódio Ghosts, um jogo de tiro em primeira pessoa.

O crime ocorreu em meio ao debate sobre posse de armas e chama a atenção por ter sido cometido em dupla e longamente planejado.

Na quarta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) lamentou o atentado seis horas após o ocorrido. Nesta quinta, em transmissão pela internet, disse que o atentado era uma barbaridade e que não é possível entender como os criminosos chegaram ao ponto de terem cometido o crime. ​

Fonte: Folhapress
Mais sobre: