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Ordem para chacina com 7 mortos no Ceará saiu de presídio, diz investigação

Traficante de uma facção criminosa está na CPPL II ordenou ataques, segundo fonte ouvida pelo G1; alunos fizeram protesto e pediram paz.

12/03/2018 14:22

A ordem para a chacina do Bairro Benfica partiu de um traficante preso na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, Grande Fortaleza. A informação foi repassada ao G1 por uma fonte da área da segurança pública que acompanha as investigações.

Na chacina que aconteceu na sexta-feira (9), sete pessoas foram assassinadas em uma série de ataques na Praça da Gentilândia, e próximo à sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), no Bairro Benfica. Dois torcedores seguem internados no Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF).

Na chacina que aconteceu na sexta-feira (9), sete pessoas foram assassinadas em uma série de ataques no Bairro Benfica. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Segundo informações da mesma fonte, a polícia descartou ainda no sábado à tarde que os ataques teriam relação com rivalidade entre torcidas organizadas. "O que motivou a matança foi uma apreensão de armas e munições que pertenciam a esse traficante da facção criminosa que está preso na CPPL II. Por vingança, ele ordenou a matança", disse.

Homenagem

Estudantes fizeram uma homenagem às vítimas na manhã desta segunda-feira (12) no Bairro Benfica, que abriga campus e a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). O grupo depositou velas, discursou contra a violência e fez um abraço simbólico à praça ao lado de um dos pontos do tiroteio na noite de sexta-feira (9).

A estudante de ciência sociais Vitória Alves , 19 anos, participou do protesto e e pede mobilização social. "É algo bem lamentável. É bem triste. 2018 está sendo marcado por ser uma ano de chacinas. A gente vê mobilização na internet e pouco a gente vê no social. Estamos em luta pelo bairro e queremos melhoria, segurança. Estamos chocados pelo que aconteceu, mas não é algo que acontece tão raramente. Já teve outras mortes. Estamos buscando uma solução", disse.

Quem são as vítimas dos ataques na sexta-feira (9)

- José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior (33), morto na Praça da Gentilândia

- Antônio Igor Moreira e Silva (26), morto na Praça da Gentilândia

- Joaquim Vieira de Lucena Neto (21), morto na Praça da Gentilândia

- Carlos Victor Meneses Barros (23), morto na Vila Demétrio

- Pedro Braga Barroso Neto (22), vítima da Rua Joaquim Magalhães

- Emilson Bandeira de Melo Júnior (27), baleado na Vila Demétrio, faleceu no hospital IJF.

- Adenilton da Silva Ferreira (24), baleado na Vila Demétro, faleceu no hospital IJF.

Prisão

A Polícia Civil prendeu no domingo (11) um homem suspeito de participar do crime. Com ele, a polícia apreendeu três armas de fogo, munições e carregadores de pistola. A polícia chegou ao suspeito após localizar um carro, que aparecia nas imagens de câmeras de segurança próximas à sede da torcida organizada do Fortaleza, onde ocorreu parte dos assassinatos.

O carro estava na garagem de um prédio no Bairro Meireles. A ação foi realizada por policiais da Divisão de Homicídio, Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.

Investigação

Em coletiva de imprensa realizada na tarde deste sábado (10), o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, apontou que há duas hipóteses diferentes para os ataques: enquanto na Praça da Gentilândia a motivação possa ter sido o tráfico de drogas, na sede da TUF pode ter ligação com uma briga de torcidas que deixou dois torcedores feridos no fim de semana anterior.

A polícia havia apontado duas hipóteses diferentes para os ataques:

No ataque na Praça da Gentilândia, que deixou três mortos, duas das vítimas vendiam droga no local. Uma delas portava uma pochete com droga, maconha e crack, e dinheiro, disse o secretário. Este ataque pode ser motivado por tráfico de drogas.

No tiroteio perto da sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), os disparos foram aleatórios. Na fuga, os mesmos criminosos atiraram contra pessoas que usavam uniforme da torcida organizada na Rua Joaquim Magalhães. Para a secretaria, pode haver ligação com uma briga de torcidas que deixou dois torcedores feridos no fim de semana anterior.

Fonte: G1
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