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Policial citado em crime de Castelo é transferido para Teresina

Segundo a PM, oficial foi afastado do cargo porque estaria passando sensação de insegurança para a população de Castelo.

10/08/2015 13:20

Um policial militar, que teria sido citado no processo de Castelo do Piauí por um dos menores envolvidos, foi afastado de seu cargo em Campo Maior e transferido para Teresina onde se encontra à disposição do Comando da Corporação na sede do Quartel do Comando Geral. Segundo a tese da defesa dos adolescentes, Gleison Vieira de Sousa, que foi morto pelos colegas em uma cela do CEM, disse que teria recebido pagamento de um policial para cometer crimes em Castelo.

A defensora Aline Patrício, que assumiu o caso, informou que, na semana passada, enviou uma representação à Secretaria de Segurança e à Polícia Militar do Estado pedindo que fosse aberta uma investigação para apurar a afirmação de Gleison.

Sobre o afastamento do policial, o porta voz da PM, major Etevaldo Alves, disse que a medida não tem nenhuma ligação com o crime cometido em Castelo do Piauí. “Ele foi transferido para a sede do QCG [Quartel do Comando Geral], para que a Corregedoria pudesse apurar denúncias de que ele estaria usando meios de comunicação em Castelo para passar uma sensação de insegurança à população com a divulgação de material que mostrasse a ineficiência da polícia naquela cidade. O motivo disso ainda está sendo investigado”, afirma o major.

Ele acrescenta ainda que o PM foi retirado de Castelo do Piauí e enviado para a Campo Maior há três meses, chegou a Teresina na sexta-feira (07) e foi apresentado na manhã de hoje (10) na sede do Quartel do Comando Geral. Ele chegou á sede do QCG acompanhado do advogado que disse que vai apresentar um atestado de ansiedade junto à Corregedoria da PM alegando que seu cliente sofre de problemas de saúde e que não está em condições de se manifestar junto à Corporação sobre o assunto.

O comandante da Polícia Miliar de Campo Maior, coronel Ruy Nunes, disse que soube há pouco tempo que o nome do PM teria sido citado no processo de Castelo, mas que não recebeu nenhuma posicionamento formal da Corporação sobre o caso e apenas cumpriu ordens do Comando de Policiamento do Interior e do Comando Geral. Segundo ele, a medida visa garantir a segurança do oficial e facilitar o trabalho da Corregedoria para apurar todas as informações.

Sobre o afastamento do policial, o promotor de Justiça do caso, Cesário Cavalcante, declarou que todos os argumentos da defesa dos adolescentes já foram rebatidos pela promotoria e que a sentença do juiz Leonardo Brasileiro com a condenação dos jovens deverá ser mantida. "Essa decisão da Justiça não merece reparo", afirmou. Cesário diz que todo o inquérito está baseado em provas materiais e em depoimentos gravados dos envolvidos que já confessaram a participação no crime e que relataram com detalhes tudo que se passou no Morro do Garrote no começo da noite de 27 de maio.


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Por: Maria Clara Estrêla e Ithyara Borges (estagiária)
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