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PRF: Madeira apreendida seria suficiente para cobrir 320 casas

Segundo a PRF, a apreensão de madeira aumentou cerca de 80% em relação ao mesmo período do ano passado.

12/11/2019 12:11

Durante a operação Coroá II, realizada entre 29 de outubro e 07 de novembro deste ano, a Polícia Rodoviária Federal conseguiu apreender 250 toneladas de madeira ilegal. Segundo a PRF, a quantidade de madeira irregular apreendida nas estradas federais do Piauí seria suficiente para cobrir 320 casas populares.


O superintendente da PRF no Piauí, Stênio Pires, destaca que a apreensão de madeira aumentou cerca de 80% em relação ao mesmo período do ano passado. “Nos preocupa porque isso demonstra que há também uma extração maior dessa madeira. Vale ressaltar que a grande parte dessa madeira está sendo extraída não aqui no estado, mas tem como origem o estado do Pará”, revela.

De acordo com a PRF, o Piauí está sendo usado como rota de transporte da madeira ilegal, em especial na Região Sul, onde a fiscalização da PRF é mais frágil. Já o material apreendido tem como destino, além de estados do Nordeste, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

(Foto: Divulgação/PRF)

“Por não ter extração forte aqui no Piauí, hoje as nossas rodovias são usadas como rotas de madeira extraída na região Norte para os demais estados. Isso se deve a vários fatores, como a questão do Sul do Piauí onde existe uma fiscalização mais frágil, em que não temos unidades operacionais, e também a questão da dificuldade de fiscalização por parte dos órgãos ambientais. Isso faz com que a região seja procurada por essas pessoas para transitar com a madeira”, afirma o superintendente da PRF.

Entre os crimes verificados durante a operação está à adulteração de documentos oficiais. Nesses casos, os condutores abordados em posse de documentos falsos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil e serão enquadrados de acordo com a legislação ambiental.

(Foto: Divulgação/PRF)

Ação conta com colaboração de órgãos ambientais

Além da PRF, a ação também conta com o apoio do Ibama e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar). Segundo os órgãos, a integração entre as instituições fortalece o trabalho desenvolvido e contribui para o aumento do número de material apreendido nas operações.

(Foto: Divulgação/PRF)

As duas instituições são responsáveis pela destinação da madeira apreendida. Segundo o superintendente do Ibama, San Martins Linhares, o órgão possui critérios que determinam quais entidades poderão receber a madeira apreendida.

“Temos uma comissão que avalia quais são as entidades que estão aptas documentalmente a receber essa madeira apreendida, essa documentação é analisada e depois vem para o superintende para fazer a destinação”, afirma.

Segundo a secretária estadual de Meio Ambiente, Sádia Castro, toda madeira serrada e polida é destinada para os próprios órgãos do Estado. “A legislação diz que a madeira apreendida deve ser doada primeiramente para órgãos hospitalares, educacionais ou associações. Enfim, isso a gente faz de acordo com o critério de seleção desses órgãos e o acompanhamento do uso dessa madeira”, diz.

A secretária destaca ainda que a madeira está sendo extraída sem nenhum controle ou autorização dos órgãos competentes. Para ela, o desmatamento ilegal possui impactos ambientais irreversíveis para o processo de contenção das mudanças climáticas e para o próprio ecossistema.

“Não é só um prejuízo econômico, não é só um crime, porque é uma mercadoria que circula burlando os órgãos de controle, é muito pior, gera um impacto ambiental irreversível”, conclui.

Por: Nathalia Amaral
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