Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Promotoria quer condenação de Pablo Santos a 30 anos de prisão

Ministério Público negou pedido da família de restituição do carro usado para matar Vanessa e Anuxa e é contrário a liberdade monitorada do réu.

22/10/2019 08:39

O promotor Benigno Filho, que acompanha o caso do feminicídio da jovem Vanessa Carvalho e da tentativa de feminicídio de Anuxa Leite, informou que o Ministério Público, em sua peça de denúncia pede ao Tribunal do Júri de Teresina, que irá julgar o caso, a condenação de Pablo Henrique Campos Santos à pena máxima para os crimes que ele cometeu.


Leia também:

Homem atropela namorada e mata amiga após discussão na zona Leste 

Após atropelar namorada, agressor fica calado em depoimento 

Juiz mantém prisão de homem que atropelou namorada e matou amiga 

Familiares e amigos homenageiam Vanessa Carvalho em missa 

"Ele acabou com a vida da nossa família", diz prima de Vanessa 

"Não foi um atropelamento qualquer. Ele premeditou", diz pai de Vanessa 

Familiares e amigos de Vanessa Carvalho pedem justiça em ato 


O titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, aceitou ontem (21) a denúncia oferecida pelo MP contra o empresário na íntegra. "A denúncia oferecida foi por crime doloso contra a vida. O Pablo está denunciado por dois crimes: o homicídio com a qualificadora do feminicídio da Vanessa e a tentativa de homicídio com qualificadora de feminicídio da Anuxa, que era a namorada dele. São dois crimes que, somados, dão uns 30 anos de reclusão e nós estamos clamando à justiça que a lei seja cumprida na íntegra", explica o promotor.

Benigno Filho comentou ainda o pedido da defesa de Pablo de que ele possa responder ao processo de instrução do caso em liberdade monitorada por tornozeleira eletrônica. No entendimento do promotor, os crimes pelos quais ele responde são bárbaros e se configuram como crimes contra a vida tendo ele, tirado a vida de uma jovem inocente e lesionado outra por motivo torpe.

"Não tem nem cabimento se falar em liberdade monitorada. É até desumano com as famílias das vítimas se fazer isso. Defendemos a aplicação da pena máxima e da manutenção da prisão preventiva durante a instrução processual", afirma o representante do Ministério Público.


Benigno Filho é o promotor do caso de feminicídio de Vanessa Carvalho e de feminicídio tentado de Anuxa Leite - Foto: O Dia

MP não autoriza a restituição do carro à família de Pablo

Pablo Henrique utilizou como arma para tirar a vida de Vanessa Carvalho e atentar contra a vida de Anucha Leite seu próprio carro, um Jeep Renegade de cor branca. No dia do crime, ele acelerou na direção das jovens, que estavam numa calçada, e as atingiu em alta velocidade, antes de fugir.

Considerado prova do crime, o veículo encontra-se retido pela Justiça para perícia que deve ser anexada aos autos do processo. Nesta semana, a defesa de Pablo solicitou à justiça a liberação do veículo e sua restituição à família do empresário. No entanto, o Ministério Público deu um parecer contrário ao pedido.

Isto porque, segundo a promotoria do caso, o laudo pericial do veículo ainda não estava anexado aos autos e, até que seja atestado que a peça jurídica está compatível com o cenário do crime, o MP vê a necessidade de manter o Jeep de Pablo retido. "Foi a arma do crime e eu vejo sim necessidade e manter o carro retido e à disposição da justiça para tirar qualquer dúvida que por ventura suja no decorrer do processo", explicou o representante do MP.


Pablo Henrique Campos Santos - Foto: Divulgação/PMPI

Rito processual

Recebida ontem a denúncia pela justiça, cabe agora à 1ª Vara do Tribunal do Júri marcar a audiência de instrução do processo, onde serão ouvidas as testemunhas de defesa e de acusação no caso do feminicídio de Vanessa e do feminicídio de Anucha, bem como o réu. Passada a audiência de instrução, a justiça marcará o julgamento de Pablo, que terá sua pena definida por um conselho de sentença formado por representantes da sociedade civil.

O Ministério Público ainda não se pronunciou sobre a solicitação dos pais de Vanessa Carvalho, que são advogados, de comporem formalmente a assistência de acusação no caso do feminicídio da própria filha.

Por: Maria Clara Estrêla
Mais sobre: