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Assis: seria 'deselegante com a sociedade' Themístocles tentar 8º mandato

Presidente do PT no Piauí admite que já está dialogando com lideranças de outras siglas, como o senador Ciro Nogueira (PP) e o prefeito Firmino Filho (PSDB), sobre a eleição da mesa diretora da Alepi.

25/10/2018 18:14

O deputado federal reeleito Assis Carvalho (PT) afirmou nesta quinta-feira (25), em entrevista ao portal O DIA, que o deputado estadual Themístocles Filho (MDB) cometeria uma "descortesia com o Piauí" se buscasse, em 2019, seu 8º mandato seguido como presidente da Assembleia Legislativa do Piauí.

Mesmo sendo um integrante da bancada federal, Assis afirma que, na condição de presidente do diretório estadual do PT, deve, sim, dialogar com líderes de outras legendas partidárias para tratar sobre a eleição da mesa diretora da Alepi.


O deputado Assis Carvalho (Foto: Raoni Barbosa / O DIA)


Ele afirma que já tratou sobre o assunto com o senador reeleito Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, e com o prefeito Firmino Filho (PSDB), que conseguiu eleger dois grandes aliados para a Assembleia - a esposa, Lucy Soares, e o sobrinho Firmino Paulo, ambos do Progressistas.

"O PT foi o mais votado, folgadamente, para a Alepi, e só não conseguiu a maior bancada por conta do chapão, o que eu alertava desde o início. Então, por ser o mais votado, o PT não pode abrir mão de conduzir esse processo. Além disso, o PP também está entre as três maiores bancadas, e votou unido com Wellington. Já o MDB, embora tenha conseguido a maior bancada, com seis deputados eleitos, foi um partido que teve menos votos que o PT, além de não ter permanecido unido com Wellington [na campanha], diferente do PP [...] Em todo parlamento, daqui e do mundo, você reúne as maiores bancadas e, num primeiro momento, elas discutem a formação de uma chapa para a eleição da mesa diretora", afirma Assis Carvalho.

O presidente do PT no Piauí considera que essa articulação entre o PT e o PP não pode ser vista como uma afronta ao atual presidente da Casa legislativa.

Assis afirma que Themístocles estaria provocando um mal-estar com os demais 29 deputados se apresentasse seu nome novamente para permanecer mais dois anos na Presidência da Assembleia, posto que ocupa desde 2005, estando no sétimo mandato consecutivo.

"Se o Themístocles quiser compor conosco, o espaço está aberto, até porque eu não sei nem se ele é candidato. Eu acho que ele não será candidato, até porque seria uma descortesia o cara ir pra um oitavo mandato. É você ter uma Assembleia de um homem só. Eu ainda não vi ele dizer que será candidato e acredito que não será, porque seria deselegante com a sociedade piauiense. Não se trata de uma oposição [ao Themístocles]. O que eu acho é que ele tem que ajudar a construir uma chapa valorizando os outros membros do parlamento. São 30 parlamentares e a Assembleia não pode ser uma propriedade privada", afirma Assis.

Assis: Júlio Arcoverde ainda não é nome definido para a Presidência

O deputado federal afirmou também que este ainda não é o momento para apontar o nome que será o escolhido pela bancada governista para disputar a Presidência da Assembleia, e negou haver uma definição em torno do nome de Júlio Arcoverde, do Progressistas.

Por outro lado, o deputado federal afirma ser muito provável que o novo presidente seja do PT ou do PP, que, juntos, elegeram dez parlamentares para a Assembleia.

Situação mais favorável

O deputado Assis Carvalho também considera que não há risco de o grupo encabeçado pelo PT sofrer uma nova derrota na disputa pela Presidência da Assembleia, como ocorreu no início de 2015, quando o deputado Fábio Novo (PT) conseguiu reunir cerca de 20 parlamentares em torno da sua candidatura, mas acabou sendo derrotado por Themístocles - por 16 votos a 14.

"Em 2015 a situação foi completamente diferente da atual, porque nós tínhamos apenas dez deputados eleitos do nosso lado. Naquela ocasião, nós éramos cerca de um terço do parlamento. Aí nós fomos dialogando com os outros, fazendo aquele esforço, mas você sabe que era muito difícil, porque aqueles deputados tinham compromisso era com a oposição, tinham compromisso era com o Zé Filho [então governador, que tentou a reeleição em 2014 mas foi derrotado]", avalia Carvalho.

"Era um cenário totalmente diferente do atual. Não há nenhum parâmetro. Agora nós elegemos 24 deputados, embora nem todos da coligação tenham permanecido efetivamente no palanque do Wellington. Em compensação, devemos atrair mais dois deputados que disputaram por coligações da oposição. Então, no pior dos mundos, nós temos 24 deputados [na base governista]", conclui Assis.

Nos cálculos do petista, porém, vale ressaltar, estão incluídos todos os parlamentares do MDB, inclusive o presidente Themístocles Filho.

Firmino x Themístocles

A eleição da Assembleia Legislativa será mais um episódio do embate entre o prefeito Firmino Filho e o presidente da Assembleia - que teve início ainda em 2015, quando o tucano apoiou a candidatura do deputado petista Fábio Novo à Presidência da Casa.

Em novembro de 2017, Themístocles deu o troco em Firmino, articulando com o vereador Jeová Alencar (PSDB), presidente da Câmara Municipal, para que as eleições da mesa diretora do legislativo da capital fossem antecipadas em mais de um ano.

Incentivado pelo emedebista, Jeová conseguiu aprovar a antecipação do pleito e foi reeleito presidente para o biênio 2019-2020, tudo sem o consentimento de Firmino, que estava em viagem à Europa quando tudo ocorreu.

Por: Cícero Portela
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