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Ciro diz que só apoiará governo Bolsonaro se o Piauí for contemplado

Sem indicar integrantes para o primeiro escalão do novo governo, Ciro afirma que seu apoio a Bolsonaro dependerá dos investimentos federais que o Piauí receberá.

17/12/2018 14:48

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, afirmou nesta segunda-feira (17) que "só o tempo vai dizer" se será bem-sucedida a estratégia do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de conseguir apoio no Congresso Nacional a partir de diálogos com as chamadas bancadas temáticas, em substituição ao tradicional modelo de coalizão partidária.

Como presidente nacional do Progressistas, Ciro vinha mantendo, nos últimos governos, uma enorme influência para indicar nomes para ministérios e demais postos de primeiro escalão. No governo de MIchel Temer (MDB), por exemplo, o PP mantém sob sua indicação o comando da Caixa Econômica Federal, do Ministério da Saúde, do Ministério das Cidades e do Ministério da Agricultura.

O senador Ciro Nogueira (Foto: Arquivo O DIA)

Caso Bolsonaro tivesse buscado o diálogo diretamente com os partidos, Ciro teria conseguido preservar sua influência no governo, tendo em vista que o PP conseguiu, no pleito de 2018, manter-se como a terceira maior bancada na Câmara Federal (atrás apenas do PT e do PSL).

No entanto, Ciro não indicou até o momento nenhum nome para compor o governo Bolsonaro, e é provável que não indique.

Neste cenário, o senador afirma que só apoiará o governo Bolsonaro se observar que o Piauí será contemplado com investimentos federais em quantidade satisfatória.

"Antes você compunha um governo indicando ministérios, e isso gerava um compromisso das bancadas nas votações. Agora não está acontecendo isso. Eu espero que os investimentos sejam mantidos. Se eu não estou indicando ministro, se eu não estou participando do governo, o que é determinante pra mim, como senador do Piauí? Se os recursos vão vir para o estado, se os recursos vão vir para as prefeituras do Piauí ou para o meu governador. Então, isso é que vai ser fundamental para que ele tenha o meu apoio. Se nós não temos indicação de ministros que podem estar ajudando nosso estado, e se os recursos não chegarem ao Piauí, por que eu vou apoiar esse governo? Não tem sentido!", afirma Ciro, acrescentando que pretende avaliar a atenção dada pelo Governo Federal ao Piauí já nos primeiros meses da gestão do novo presidente.

'Não posso negar que tenho o sonho de governar meu estado', diz Ciro

que está disposto a disputar o Governo do Estado nas eleições de 2022, caso seu nome esteja entre os mais bem cotados, e disse que considera justo que sua sigla receba o apoio do Partido dos Trabalhadores, já que o PP apoiou a candidatura de Wellington Dias (PT) nos dois últimos pleitos.

"Não posso negar que tenho o sonho de governar o meu estado. Esse é o auge de uma carreira política. Na época, se o senador Ciro for apontado como o melhor candidato, eu serei candidato. Se não, será candidato quem estiver melhor", declarou Ciro, em entrevista à TV Cidade Verde.

Por outro lado, o senador considera que o prefeito Firmino Filho (PSDB) seria um forte nome para disputar o Governo do Estado pelo Progressistas daqui a quatro anos. 

Na avaliação de Ciro, as chances de Firmino caem consideravelmente se ele permanecer filiado ao PSDB, tendo em vista que o partido hoje "se restringe à capital", nas palavras do senador, enquanto no PP Firmino poderia contar com a ampla estrutura que a sigla possui no interior do estado. 

"O meu grande sonho é que ele venha para o Progressistas. O Firmino é um nome com potencial para [disputar] o Governo do Estado. Mas eu não vejo como o Firmino ser um candidato competitivo estando no PSDB, porque o PSDB hoje só se restringe, praticamente, à capital. Para ganhar dimensão estadual, ele teria que vir para o Progressistas. Acho que vai ser o caminho natural. Não sei se agora ou só mais próximo das eleições. Pode ser que ele queira cumprir no PSDB o mandato que ele conquistou pelo partido, com o qual ele tem uma grande identificação. Mas, por mim, eu já filiava ele amanhã", afirma Ciro. 

O senador afirma que a meta do seu partido para 2020 é eleger mais de cem prefeitos em todo o estado. E, na capital, apoiar o nome que for indicado por Firmino para sua sucessão. 

"Nunca estivermos tão alinhados. O prefeito tem sido um grande parceiro na cidade de Teresina. E se existe uma coisa certa é que o Progressistas vai apoiar o candidato que o prefeito indicar, como retribuição por sua lealdade. Ele esteve ao nosso lado na campanha para o Senado, sua esposa é filiada hoje ao PP e ele apoiou uma deputada federal do partido. Então, há uma identificação muito grande e nós vamos fazer em conjunto essa escolha [do candidato à Prefeitura de Teresina]", adianta Ciro.

Eleição da Alepi - Nesta segunda-feira, o senador também negou que a disputa pela presidência da Alepi esteja se transformando num confronto pessoal entre ele e o atual presidente da Casa, Themístocles Filho (MDB).

"Gostaria muito que houvesse um consenso em torno dessa renovação que o Progressistas está propondo para a Assembleia. Se não for possível, que haja uma disputa de alto nível [...] Quem tem que dar o veredicto são os deputados, mas, se depender de mim, vou trabalhar para que haja essa renovação", afirma Ciro.

Já o deputado federal Assis Carvalho (PT), que tem articulado com Ciro a aliança para derrotar Themístocles, disse esperar que os cinco parlamentares do PT na Assembleia definam o quanto antes o apoio ao deputado estadual Hélio Isaías (Progressistas). Caso essa definição não ocorra, a questão será levada para discussão no diretório regional da sigla, que é presidido por Assis.

Por: Cícero Portela
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