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Dias defenderá fundo nacional de segurança em visita a Bolsonaro

O governador afirmou que, entre as pautas a serem discutidas com o presidente eleito, está a segurança das fronteiras.

13/11/2018 17:36

Em reunião oficial nesta quarta-feira (14), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT) deverá apresentar ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a agenda defendida pelos governadores do Nordeste. Entre as pautas a serem discutidas está a criação de um fundo nacional para a segurança pública, com foco na proteção das fronteiras do país, com o objetivo de evitar a entrada de armamentos e drogas ilegais em território brasileiro.

Além de Wellington Dias, outros 18 governadores deverão se encontrar com o novo presidente, em uma reunião marcada para as 9h, no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB). Em entrevista a um canal de TV local, Wellington Dias destacou que representará outros governadores do Nordeste que não poderão comparecer ao evento, levando ao conhecimento de Bolsonaro o posicionamento do Fórum dos Governadores do Nordeste sobre os mais diversos temas, como saúde, geração de empregos e segurança pública.

Dias defenderá fundo nacional de segurança em visita a Bolsonaro. (Foto: Arquivo O Dia)

De acordo com o governador do Piauí, a proposta é tratar sobre temas que ainda não foram solucionados, como a geração de empregos que, segundo ele, é o principal problema e desafio do Brasil. “É preciso que se tenha todo um controle fiscal, um espaço de investimento que permita ao país investir num conjunto de obras que estão prontas para andar e geram empregos, mas, ao mesmo tempo, uma política industrial focada no potencial de cada região, investir ao completar obras estruturantes”, afirma, destacando a Ferrovia Transnordestina e o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.

Sobre as políticas voltadas para a área da saúde, Dias destaca que o ponto principal é o programa Mais Especialidades. “É um programa que começou com uma experiência bem-sucedida. O Piauí tem aqui a região de Picos, como um exemplo, o Ceará e Pernambuco um pouco mais avançado e é um modelo com bons resultados na descentralização da política de saúde”, declara.

Reivindicação de recursos para o Piauí

O governador fez críticas à junção do Ministério da Justiça com a Segurança, porque retira um pouco da autonomia de atuação de cada área, citando, por exemplo, a criação da pasta comandada pelo ministro Raul Jungmann que, segundo ele, tem se dedicado ao Plano Nacional de Segurança, ainda não implementado por falta de recursos.

Por isso, para garantir a arrecadação para o fundo nacional de segurança pública, o governador propõe a regulamentação de jogos pela internet, ou das loterias. “Não significa a criação de mais tributo. Com a regulamentação, como fizeram outros países, [teremos] as condições de uma fonte que gira em torno de R$ 20 bilhões, seja um ou outra, voltada para dar sustentação à política de segurança”, defende Dias. 

O petista afirma ainda que é “ilegal e inconstitucional” a retenção de recursos dos estados a partir da lei da Desvinculação de Recursos da União. Segundo ele, a determinação da aplicação da lei sobre as receitas da união está sendo estendida às receitas dos estados e municípios, comprometendo repasses de cerca de R$ 1 bilhão somente ao estado do Piauí. “Nós estamos pedindo o inverso, com base na receita bruta, faz o repasse para estados e municípios, imediatamente bloquear, como se fez na época relacionado ao recurso da repatriação”, diz, informando que uma agenda para tratar sobre o assunto está marcada para os próximos dias 21 e 22, no Supremo Tribunal Federal.

Reforma administrativa para o novo mandato

Questionado sobre a reforma administrativa para o novo mandato, Dias descartou o anúncio de novos nomes por ora. “Todos estão nos seus cargos, enquanto eu tomar qualquer definição. Não há um prazo para anunciar os primeiros nomes do novo governo. Nós estamos tratando ainda da nova organização do estado”, afirma.

Apesar disso, o governador agradeceu aos partidos e líderes da base aliada pelas sugestões de novos nomes para comporem as pastas, como o senador Ciro Nogueira (PP), Marcelo Castro (MDB) e o deputado federal Fábio Abreu (PR). “Todas elas têm coerência com o projeto que acabamos de definir. Nós vamos ter que ter de um lado a equipe necessária para o projeto de governo, mas reduzindo custos, despesas, adequando à esta realidade do Piauí”, finaliza.

Por: Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla.
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