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Justiça terá papel moderador no governo, diz presidente da Ajufe

Mendes repetia a cada interlocutor a posição da entidade. "A decisão de sair da magistratura para assumir um cargo no Executivo ou no Parlamento é escolha pessoal de cada um".

03/11/2018 16:01

Na última quinta-feira (1), o celular do juiz federal Fernando Mendes, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), não parava de tocar. Colegas e jornalistas o procuravam para repercutir a notícia do dia: Sergio Moro decidira abandonar a magistratura e aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para ser um superministro da Justiça, pasta que acumulará poderes no novo governo.

Mendes repetia a cada interlocutor a posição da entidade. "A decisão de sair da magistratura para assumir um cargo no Executivo ou no Parlamento é escolha pessoal de cada um", diz. "Mas é uma posição definitiva. Somos contra a ideia de alguns que propõe o retorno ao cargo depois desse tipo de decisão".

Mendes se referia ao governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que em recente entrevista à Folha defendeu que um juiz deve poder voltar ao cargo após uma candidatura ou a participação em governos. "Não é porta giratória. É porta de mão única. Você saiu da magistratura não volta mais", diz o presidente da Ajufe.

Segundo ele, o Poder Judiciário, no governo Bolsonaro, terá uma função moderadora e um garantidor de que não haverá retrocessos no campo dos direitos.

Questionado sobre a a criação de um superministério da Justiça para Moro, o juiz afirmou que é preciso pensar com um olhar profissional de especialização, de integração dos órgãos. "O que a gente vê com bons olhos é uma preocupação com o aperfeiçoamento do nosso modelo, a possibilidade de o Ministério da Justiça reunir diversos órgãos que já atuam com políticas de controle da criminalidade, combate ao crime organizado, à criminalidade financeira. Temos que pensar com esse olhar profissional de especialização, de integração desses órgãos para que possa fazer frente à criminalidade, que está cada dia mais sofisticada", comenta Fernando Mendes.  

Fonte: Folhapress
Por: FÁBIO ZANINI E WÁLTER NUNES
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