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Laudo vê transação financeira entre suspeito e prima de José Serra

As informações constam de um laudo pericial produzido pela Polícia Federal no inquérito que apura a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobrás. O marido da prima de Serra é suspeito de operar o pagamento .

24/04/2018 08:47

Os investigadores da Lava Jato identificaram transações financeiras entre o empresário José Amaro Pinto Ramos e uma prima do senador José Serra (PSDB-SP), Vicencia Talan – casada com Gregório Marin Preciado, suspeito de intermediar pagamentos indevidos a políticos. Pinto Ramos é apontado pelo ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis como intermediário de repasse de R$ 4,5 milhões ao senador entre 2006 e 2007. O tucano nega qualquer relação comercial com os citados.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que dados sobre as transações financeiras entre a empresa da prima de Serra e a de Pinto Ramos serão requeridos pelos investigadores em Brasília no inquérito que investiga se o senador paulista recebeu propina da Odebrecht.

As informações constam de um laudo pericial produzido pela Polícia Federal no inquérito que apura a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobrás. O marido da prima de Serra é suspeito de operar o pagamento de propina na compra de Pasadena.

A perícia analisou a quebra de sigilo das empresas de Preciado. Os dados foram enviados pela Espanha por meio de um acordo de cooperação. Conforme a PF, as transações realizadas entre 2007 e 2008 foram da conta da Iberbrás Integracion no banco espanhol La Caixa para uma conta da Hexagon Technical Co. no Corner Bank na Suíça.


As investigações fazem parte da Operação Lava Jato. Foto: Reprodução/PF

A offshore Iberbrás está em nome de Vicencia Talan, mas é administrada por Preciado. Segundo informações obtidas na Espanha pela Operação Lava Jato, há transferências em 2007 e 2008 para a conta na Suíça que, em valores atualizados, somam R$ 3,2 milhões. A Hexagon é uma offshore panamenha e gerida na Suíça por Pinto Ramos. É a primeira vez que a PF identifica uma relação entre uma pessoa próxima ao senador tucano e o empresário.

Em depoimento à PF no dia 31 de janeiro, o próprio Pinto Ramos confirmou ser proprietário da Hexagon e das contas no Corner Bank. O empresário também assumiu não ter declarado a empresa e as contas para a Receita Federal do Brasil.

Serra afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece os personagens citados na investigação, “mas jamais manteve relações comerciais ou políticas com eles”. Sobre a delação de Pedro Novis, da Odebrecht, o senador disse que jamais recebeu vantagens indevidas de empresa.

A reportagem ligou para um número de telefone residencial em nome de Gregório Marin Preciado. Uma pessoa que não quis se identificar atendeu e disse que pediria para ele retornar a ligação. Até a conclusão desta edição, nem Preciado nem Vicencia Talan responderam.

O advogado Eduardo Carnelós, defensor de José Amaro Pinto Ramos, confirmou os recebimentos da Iberbrás, mas afirmou que seu cliente jamais conheceu Gregório Marin Preciado, nem sua mulher, e não tinha conhecimento de ligação deles com a offshore.

“É fundamental frisar que esses pagamentos não têm relação com José Serra, cuja ligação com Marin Preciado, Ramos veio a saber também por meio da imprensa. Tampouco aqueles pagamentos guardam relação com os fatos relatados por delatores da Odebrecht”, afirmou o defensor de Pinto Ramos.

Segundo Carnelós, os valores recebidos da Iberbrás estão relacionados a uma consultoria para “um grupo de investidores, sobretudo espanhóis”, interessados em um projeto de uma termoelétrica no Uruguai.

Fonte: Isto É
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