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Morre em Teresina o ex-governador Lucidio Portella

Ele tinha 93 anos e esteve a frente do Executivo Piauiense entre 1979 e 1983.

30/10/2015 19:21

O ex-governador Lucídio Portella morreu no final da tarde desta sexta-feira (30) em Teresina. O velório acontece na Assembleia Legislativa do Piauí e sepultamento é ao meio dia, no Cemitério Jardim da Ressurreição, zona Sudeste de Teresina. Lucídio Portela foi governador do Piauí entre 1979 e 1983. Ele também foi senador da República.

Em registro recente, o ex-governador Lucídio Portela com o senador Ciro Nogueira e a filha, deputada federal Iracema Portela

A causa da morte ainda não foi informada. Ele tinha 93 anos. Lucídio Portela é pai da deputada federal Iracema Portela (PP). No facebook, a deputada informou a morte do ex-governador e ressaltou o “exemplo de seriedade, dignidade e respeito ele deixou e até hoje, por onde ando, as pessoas falam dele com carinho, lembram do seu grande trabalho pelo Piauí”, diz o trecho.

A ODIA, políticos piauienses ressaltaram a seriedade e o caráter de Lucídio Portela como as principais características. “Ele deixa uma grande história, um exemplo de probidade, honestidade e sempre foi muito leal com os amigos. Fez uma história como homem público baseada na seriedade. Além de ser um exemplo de pai de família”, ressaltou a atual vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho (PP).

Ex-governador Lucídio Portela em solenidade no Palácio de Karnak/Foto: Arquivo O Dia

Já o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themistocles Filho (PMDB) destacou as principais características do ex-governador. “Ele foi um bom governador. Tanto que se elegeu senador, foi um a liderança política muito forte. Realizou muitas obras e o seu jeitão sincero e direto, que não tinha meias palavras era marcante, mas eu convivi com ele e sabia que ele tinha o coração afável”, diz o presidente da Alepi, Themistocles Filho.

Em razão da morte de Lucídio Portella, o prefeito de Teresina, Firmino Filho, decretou luto oficial de três dias.

História e vida política

Lucídio Portella Nunes  nasceu em Valença do Piauí, em 8 de abril de 1922 e era filho de Eustáquio Portella Nunes e de Maria Ferreira de Deus. Irmão do ex-senador da República, Petrônio Portella – já falecido -, Lucídio era médico com especialização em Tisiologia, pelo Ministério da Sáude e pós-graduado em Radiologia pela Ponfifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.  Foi casado com a ex-deputada constituinte Myriam Portella e tinha seis filhos: Kattya, Cassandra, Cynthia – já falecida -, Iracema Portella – deputadas federal -, Lucídio Filho e Márcio.  Durante três décadas  sua carreira política resumiu-se em acompanhar o irmão, recusando-se sempre um papel mais ativo no cenário da política estadual. 

Somente em 1978, sua atuação política se tornou mais visível, quando indicado pelo então presidente do Brasil, general Ernesto Geisel  para o cargo de Governador do Piauí – 1979 a 1983 -, constituindo-se no último Governador eleito pelo voto indireto. Com a morte de Petrônio Portella, em 1980, ele assume o comando do PDS e preside as eleições gerais de 1982, quando o partido conquistou ampla maioria.

Ele deixa o governo em 15 de março de 1983, mas manteve forte influência no meio político e se manteve afinado com o sucessor até que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a candidatura de Paulo Maluf à Presidência da República em favor do oposicionista Tancredo Neves. O resultado foi a "implosão" do PDS e o surgimento do PFL, partido liderado por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos antigos pedessistas. Sentindo-se isolado, Lucídio encoraja a de sua esposa Myriam Portela à prefeitura de Teresina em 1985 objetivando avaliar o quanto  que  restava de capital político. 

Em seguida, Lucídio Portella faz coligação com o PMDB e é eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva – 1987 a 1991 -, até então o mais combatido inimigo político de sua família, notadamente de Petrônio Portella. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de três deputados federais e seis deputados estaduais. No período de 1991 a 1999 ele exerceu o mandato de Senador. Deixando a vida pública ele continuou a convivência com grandes nomes da política.

Por: João Magalhães e Marco Vilarinho - Jornal O Dia
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