O documento diz: “Escândalos viraram rotina neste Governo. Vários órgãos são alvos de investigação dos Ministérios Públicos, Tribunais de Conta e forças policiais [...] Em vez de colaborar com as investigações, o Governador ataca os órgãos de controle e nega que pessoas do seu governo estejam sendo investigadas, embora os fatos o desmintam”.
O manifesto faz referências à Operação Topique – que descobriu um esquema de fraudes em licitações na Secretaria de Educação -, à Operação Natureza – que desbaratou um sistema de pagamento de propina em troca da concessão de licenças ambientais na Secretaria de Meio Ambiente - , e à Operação Itaorna – que desbaratou um esquema de fraude em licitações na Superintendência de Desenvolvimento Rural, Instituto de Desenvolvimento do Piauí e Secretaria de Turismo.
Além disso, o documento critica também as informações divulgadas pelo governador Wellington Dias em suas propagandas eleitorais. O candidato à reeleição disse, no horário gratuito da televisão, que o Piauí não possui dívidas com a União, mas o Estado possui um débito de R$ 245 bilhões junto ao Tesouro Nacional, o que o torna impossibilitado de contratar novas operações de crédito.
O candidato ao Governo pelo Podemos, senador Elmano Férrer (Foto: Poliana Oliveira / O DIA)
O caso chegou ao Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), que condenou o governador e sua chapa e o impediu de “veicular a referida propaganda sob pena de aplicação de multa diária”.
Para a oposição, as declarações dadas por Dias são inverídicas, “omitem fatos” e estão sendo dadas para “se vangloriar”. O candidato Fábio Sérvio, por exemplo, chegou a questionar a validade de algumas pesquisas de intenção de votos já divulgadas e pediu para que a Polícia Federal e o TRE avalie as estatísticas nos respectivos institutos. “Esse é o momento histórico que resume o sentimento do Piauí . A gente abre mão do individual e pensa no coletivo. Não há outro caminho senão enfrentarmos”, disse Fábio Sérvio.
O candidato ao Governo pelo PSL, Fábio Sérvio (Foto: Poliana Oliveira / O DIA)
Para o candidato do Solidariedade, Dr. Pessoa, aquilo a que chamou de manipulação de dados se configura como “uma vergonha”. "Se não nos erguemos o Piauí vai ficar pior porque só é a sociedade quem paga", disparou. Já Romualdo Seno (DC) falou sobre a necessidade de renovação na gestão pública. “Temos que ter a consciência de mudança. O Piauí é um cemitério de obras paradas e o jeito é nos unirmos para dar um fim nisso não reeleger ninguém que está no poder”, afirmou.
O candidato ao Governo pelo Solidariedade, Dr. Pessoa (Foto: Poliana Oliveira / O DIA)
Luciano Nunes, que também assinou o manifesto, foi mais incisivo com relação à postura do Governo diante da ação dos órgãos de controle. “O que está em curso nesse momento é a perpetuação de um grupo político no poder e ele adota uma postura que ataca os órgãos de controle. O Piauí vive uma realidade triste e sem dúvida o mais caro da história porque estava mantendo um grupo político tudo em nome de um projeto de poder”.
Por fim, o candidato Valter Alencar criticou a falta de transparência da gestão atual e disse que Wellington Dias deveria “renunciar imediatamente”. “É fato que os recursos empréstimos recebidos pelo governo não são aplicados em nosso estado e isso é um vexame. Venho requerer que o governador reconheça e que peça renúncia e imediatamente”, finalizou.
O manifesto assinado será entregue pelos candidatos ao Ministério Público.
Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Ithyara Borges