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Para Lava Jato, é difícil Cunha ter dados relevantes para fechar delação

Ele teria que apresentar dados relevantes e provas efetivas para fechar eventual colaboração e evitar, assim, que o seu quadro seja consolidado com muitos anos em regime fechado.

31/03/2017 18:40

Mesmo que a possibilidade cresça à medida em que o tempo passe, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso há cinco meses e agora condenado na Lava Jato, ainda está numa situação considerada difícil para fechar um acordo de delação premiada.

Na visão de investigadores da Lava Jato ouvidos pelo Blog do jornalista Matheus Leitão, o político teria de apresentar um sistema registrado de corrupção, misturando dados relevantes com provas efetivas, para fechar eventual colaboração e evitar, assim, que o seu quadro seja consolidado com muitos anos em regime fechado.

Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara (Foto: Lula Marques)

Cunha foi condenado a mais de 15 anos de prisão nesta quinta (30) pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, mas ainda responde a outras ações. Ou seja, a pena pode aumentar.

Um importante investigador da Lava Jato afirma que não houve, até agora, nenhuma conversa efetiva sobre um acordo com Cunha e mostra-se cético em relação as provas que o ex-deputado pode ter.

“Acho difícil ele ter alguma prova com dados relevantes que sejam novos aos olhos da Operação e que possamos utilizar. Já temos material suficiente para mais 10 anos de Lava Jato”, afirma. 

O investigador completa: “a não ser que ele tenha um sistema registrado de corrupção, com provas efetiva, a situação dele tende a se consolidar com muitos anos em regime fechado”. 

Segundo ele, até agora o político carioca tem preferido a lei do silêncio e coloca as suas fichas  nas "falhas" do sistema judicial, o que é improvável. 

A informação de que Cunha permanece “calado”, sem tratar do seu suposto conhecimento de crimes cometidos no âmbito das investigações da Petrobras, foi confirmada ao Blog por outros três investigadores do caso.

Um deles, contudo, lembrou que pedido de relaxamento de prisão, feito por sua defesa, permanece pendente de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado desse habeas corpus é avaliado como fundamental para a sua decisão de colaborar com a Justiça.

Fonte: Blog do Matheus Leitão / G1
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