Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Para Wellington, Temer quer privatizar 'a toque de caixa' e 'sem diálogo'

Governador acredita que o país pode sofrer prejuízos irreparáveis no futuro, e cita como exemplo o setor de telecomunicações, que não conseguiu cumprir as metas

24/08/2017 10:34

O governador Wellington Dias (PT) afirmou nesta quinta-feira (24) que o pacote de privatizações anunciado pelo Governo Federal foi elaborado sem o necessário diálogo com o Congresso e com a população brasileira.

Wellington participou, na manhã desta quinta-feira, da abertura do Seminário Estadual de Prevenção ao Suicídio (Foto: Cícero Portela)

Na última quarta-feira (23), o Governo de Michel Temer (PMDB) anunciou que pretende privatizar a Casa da Moeda até o final de 2018, como uma das medidas para alcançar o equilíbrio fiscal.

Hoje vinculada ao Ministério da Fazenda, a Casa da Moeda confecciona passaportes, diplomas e selos postais, além das notas e moedas de real. 

"É uma situação em que a gente quase não está tendo o direito de debater. Precisamos avaliar o que é estratégico e deve permanecer como atividade típica do setor público, e quais são as atividades que, realmente, o setor privado faz melhor. Por isso eu acho que há a necessidade de haver um diálogo", destacou Wellington.

O governador petista opina que as concessões e as parcerias público-privadas (PPP) são uma boa alternativa à privatização, nos casos em que a desestatização não se mostre o caminho ideal.

Para Wellington, em vez de avaliar esta e outras opções, o Governo de Michel Temer (PMDB) está agindo a "toque de caixa", o que, no futuro, pode gerar prejuízos irreversíveis para o país.

Como exemplo, o governador citou o setor das telecomunicações, cujas empresas não conseguiram, até hoje, cumprir as metas de investimentos. "A cobertura de fibra ótica está num patamar que já deveria ter sido alcançado há cerca de dez anos. E o que se pode fazer agora? Nada! Já passou para o setor privado. Agora, o setor público tem que correr atrás pra poder fazer acontecer. Então, eu só lamento nesse processo todo é a falta de debate", ponderou o chefe do Executivo.

Wellington teme que Temer faça privatizações 'a toque de caixa' e país sofra prejuízos irreversíveis no futuro (Foto: Cícero Portela)

Eltrobras, portos, aeroportos, rodovias e até a "raspadinha" da Caixa estão na mira do Governo

Além da Casa da Moeda, o Governo Temer também anunciou esta semana que vai desestatizar completamente a Eletrobras, holding do setor elétrico que, em 2010, chegou ter um valor de mercado de aproximadamente R$ 45 bilhões, mas que, nesta década, sofreu uma forte desvalorização na bolsa de valores.

A Eletrobras é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, sob o controle acionário do Governo Federal. A ideia da equipe econômica de Temer é que a desestatização seja feita por meio da venda de parte das ações que pertencem à União. A proposta, inclusive, já foi aprovada pelo Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do Governo, e deve ser implantada ainda este ano.

Sob o comando de Temer, o Governo Federal também planeja privatizar 18 aeroportos, duas rodovias, 16 terminais portuários e até a Lotex, empresa que integra a Caixa Econômica Federal e é responsável pela "raspadinha", premiação instantânea das Loterias.

Por: Cícero Portela
Mais sobre: