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Procuradoria pede processo seletivo para escolha de presidente da Caixa

Gilberto Occhi, indicado ao cargo pelo PP, ser citado na delação do corretor Lúcio Bolonha Funaro como beneficiário de propinas quando ocupava uma das vice-presidências do banco público.

27/03/2018 14:39

A Procuradoria da República no Distrito Federal enviou ao presidente Michel Temer nesta terça-feira (27) pedido para que o próximo presidente da Caixa Econômica Federal seja escolhido por meio de "processo seletivo impessoal".


Gilberto Occhi foi indicado pelo PP, do senador Ciro Nogueira (Foto: Divulgação)


A recomendação foi feita após o atual chefe da instituição, Gilberto Occhi, indicado ao cargo pelo PP, ser citado na delação do corretor Lúcio Bolonha Funaro como beneficiário de propinas quando ocupava uma das vice-presidências do banco público. Ele nega irregularidades.

A atuação de Occhi como gestor da Caixa vem sendo apurada pela corregedoria do próprio banco e por meio de uma investigação independente, encomendada ao escritório de advocacia Pinheiro Neto.

Os procuradores da República, integrantes da força-tarefa da operação Greenfield, requisitaram ao presidente da Caixa que entregue o relatório do escritório sobre suas próprias condutas.

Indicado do senador Ciro Nogueira teria recebido propinas quando ocupava vice-presidência do banco, conforme delação de Lúcio Funaro (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)

Segundo fonte da Procuradoria, ouvida reservadamente pela reportagem, o documento vem sendo solicitado desde o início do ano, mas a Caixa protela a entrega.

Além do presidente Temer, também receberam pedido para que a escolha do chefe da Caixa seja impessoal o Ministério da Fazenda, o Conselho Administrativo da Caixa e o próprio Occhi.

Conforme a Procuradoria, o documento leva em consideração "a iminente saída de Occhi para ocupar a chefia de um ministério".

Em dezembro, os investigadores no DF já haviam solicitado a saída de quatro vice-presidentes do banco, citados em investigações de corrupção. O pedido foi endossado pelo Banco Central, uma situação inédita, conforme revelou a Folha de S.Paulo.

O presidente Temer, que vinha resistindo à saída dos executivos, acabou determinando o afastamento temporário dos quatro após a intervenção do BC. Dias depois, o Conselho de Administração da Caixa dispensou definitivamente três dos quatro ex-dirigentes.

O documento enviado agora ao Planalto e aos demais órgãos sugere a contratação de serviço de recrutamento para que, com isso, seja formada uma lista quíntupla. A partir dela, o presidente da República escolheria o chefe da Caixa.

"As medidas ora propostas visam melhorar a governança da Caixa, com adoção de boas práticas administrativas à altura da instituição", explicou o procurador da República Frederico Siqueira, um dos integrantes da força-tarefa que assina os expedientes, de acordo com comunicado divulgado pela Procuradoria.

Procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, a Caixa ainda não se pronunciou.

Fonte: Folhapress
Por: Fábio Fabrini
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