Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Religiosos e LGBTs entram em conflito na Câmara de Vereadores

Audiência pública discute o termo "ideologia de gênero" no Plano Municipal de Educação.

23/06/2015 10:47

A sessão desta terça-feira (23) na Câmara de Vereadores de Teresina foi tensa, devido à audiência pública que discutiu a inclusão ou supressão do termo “ideologia de gênero” do projeto de lei que cria o Plano Municipal de Educação. O documento deve definir as diretrizes, metas e objetivos para a educação do município nos próximos 10 anos.

Fotos: Elias Fontinele/ODIA

Muitos católicos acompanham o discurso eufórico da bancada religiosa da Câmara, enquanto representantes do movimento LGBT criticam o posicionamento dos vereadores da Capital. Policiais militares reforçam a segurança, para evitar confronto.

Nesta segunda-feira (22), a Comissão de Legislação e Justiça da Câmara Municipal de Teresina apresentou uma emenda modificativa ao projeto de lei nº 136/2015, da Prefeitura de Teresina, que dispõe sobre o Plano Municipal de Educação. A emenda da vereadora Teresa Brito (PV), com a assinatura de outros vereadores, propõe a retirada do termo "ideologia de gênero" do texto original.

Os críticos à inclusão do termo nos planos de educação dos municípios e Estados alertam que isto pode influenciar negativamente na formação das crianças, induzindo-as a seguirem um comportamento que não teriam de forma espontânea, caso não fossem submetidas a esta ideologia. Por outro lado, os defensores do termo consideram que ensinar "ideologia de gênero" às novas gerações é um primeiro passo para por fim a preconceitos tão comuns na sociedade, com destaque para a homofobia e o machismo. 

Hoje, na audiência pública, a vereadora Teresa Brito afirmou que a ideologia de gênero é uma desconstrução da família. “Somos totalmente contra essa proposta porque não vai construir nada na sociedade. Não podemos acabar com o modelo de família, que é a célula mãe da sociedade que temos hoje no Brasil”, disse.

Ao subir a tribuna, a vereadora Rosário Bezerra (PT), que é favorável à inclusão do termo ideologia de gênero no projeto de lei, foi vaiada pelos religiosos que acompanham a sessão. “Eu defendo o termo ideologia de gênero porque entendo que ele não vai destruir a família, como alguns dizem. Na realidade, esse termo foi criado para defender as variadas configurações familiares, incluindo a tradicional, formada por pai, mãe e filhos, e também as mais modernas, com pais e mães que se separaram e formaram novas famílias, ou mesmo com dois pais e duas mães", defende Rosário.

Mais sobre: