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Welliington: escândalo de fake news via Whatsapp é atentado à democracia

Governador disse que Judiciário precisa tomar medidas urgentes para contornar estrago causado por contratação irregular de agências.

19/10/2018 19:32

O governador Wellington Dias (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) que a contratação de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores e contra o candidato Fernando Haddad (PT), via Whatsapp, representa um "atentado contra a soberania nacional e contra a democracia, que precisa ser combatido com muita força".

Reportagem do jornal Folha de São Paulo de quinta-feira (18) mostrou que empresários que simpatizam com o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) contrataram agências especializadas nesse tipo de serviço - envio de milhões de mensagens para eleitores por meio do Whatsapp -, com o intuito de prejudicar o ex-prefeito de São Paulo e favorecer o deputado federal pelo Rio de Janeiro.

A prática é proibida pela legislação eleitoral, por configurar, na prática, doação de empresas à campanha de um candidato, o que passou a ser vedado desde as eleições de 2016. Cada contrato, segundo a Folha, custaria até R$ 12 milhões. E, obviamente, por ser irregular, nada teria sido declarado à Justiça Eleitoral. 

"É uma burla à democracia. Não é razoável que a gente tenha um processo da cidadania, do povo, que é a decisão sobre o destino de um país com mais de 200 milhões de pessoas, e a gente possa permitir que, através da propagação de mentiras, de notícias falsas, das chamadas fake news, esse processo sofra uma influência deturpada, que leva pessoas a serem induzidas a votar diferente daquilo que seria o normal. Eu acho que é muito grave, e o que eu espero, como brasileiro, como cidadão, como quem valoriza a democracia e a Constituição, é que o Tribunal Superior Eleitoral e, se necessário, o Supremo, adotem medidas urgentes, se possível antes do dia 28, para que a gente possa restabelecer as condições de finalizar a eleição num processo democrático", afirmou Wellington, ao final da missa em ação de graças pelo Dia do Piauí, celebrada no final da tarde desta sexta, na Catedral de Nossa Senhora das Dores, na praça Saraiva, centro de Teresina.

O chefe do Executivo piauiense, reeleito no primeiro turno, considera que o estrago feito pela propagação das fake news de forma irregular só poderá ser contornado se o Poder Judiciário agir rapidamente. Wellington opina que é preciso, primeiro, "repor a verdade" e, posteriormente, "penalizar, como manda a lei, o uso do financiamento ilegal [de campanha]".

O governador reeleito acompanhou a celebração solene na catedral ao lado do deputado Themístocles Filho (MDB), presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, do deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, e da senadora Regina Sousa (PT), eleita vice-governadora no pleito deste ano.

Por: Cícero Portela
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