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Contaminação do sarampo é maior que a da gripe, diz FMS

Para manter Teresina livre da doença, é importante que a vacinação de crianças e adultos esteja em dia.

18/01/2019 08:30

Teresina não registra casos de sarampo de forma autóctone, ou seja, que a pessoa tenha pego a doença na própria localidade, há 17 anos. Em 2011, foi registrado o último caso da doença na Capital e foi decorrente de uma pessoa que contraiu o sarampo durante uma viagem realizada para a Europa. Na época, os órgãos da saúde fizeram o bloqueio da doença por meio da vacina e a situação foi controlada, evitando que mais casos surgissem.

Mas, para que a Capital se mantenha livre da doença, é fundamental que os teresinenses estejam com a vacinação em dia. Amariles Borba, diretora de Vigilância Sanitária da Fundação Municipal de Saúde (FMS), explica que a recomendação do Ministério da Saúde é que sejam aplicadas duas doses da imunização contra o sarampo ao longo da vida, sendo a primeira aos 12 meses (1 ano) e reforçada aos 15 meses (1 anos e 3 meses). A outra dose deve ser aplicada ente os 11 e 19 anos.

“A vacina faz parte do calendário de vacinação infantil. O pai ou responsável que ainda não vacinou o filho deve levar a criança até uma Unidade Básica de Saúde para que a dose seja da vacina aplicada. No caso do adulto com até 29 anos, deve verificar se já fez as duas doses; caso não tenha feito, é necessário completar o ciclo. Adultos de 29 a 49 anos que nunca se vacinaram ou nunca tiveram a doença devem fazer apenas uma dose. Os maiores de 50 anos, epidemiologicamente, já tiveram sarampo”, explica.

Amariles enfatiza que o sarampo é uma doença grave e de alto risco de contaminação, inclusive mais do que a própria gripe, vez que o vírus é disseminado pelas gotículas da fala, ou seja, através da transmissão aérea. O principal sintoma é a febre alta

“A pessoa toma um antitérmico, mas, após quatro horas, ela retorna acima de 38ºC. Após 72 horas, começam a aparecer manchas vermelhas pelo pescoço, espalhando-se pela face. Além disso, há presença de coriza, tosse e conjuntivite. Essa tríade é o que pode causar a suspeita de que seja sarampo”, ressalta a diretora de Vigilância Sanitária sobre os sintomas da doença.

Procedimento

Se houver fundamento na suspeita de sarampo, são adotadas as medidas de protocolo para verificar a confirmação. Isso é feito através da coleta de sangue, bem como verificando todas as pessoas que esse paciente teve contato, checando o estado vacinal deles, assim como os que necessitam tomar a vacina.

Vale lembrar que não existe tratamento para o vírus do sarampo. As medidas de suporte visam apenas reduzir a febre com ajuda de antitérmico, manter a hidratação, verificar se a urina está clara. Alimentação rica de frutas, preferencialmente sem ser em forma de suco.

Surto no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, desde o início de 2018 até 8 de janeiro deste ano, foram confirmados 10.274 casos no Brasil. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas, com 9.778 casos confirmados e, em Roraima, com 355 casos. Três estados apresentaram óbitos pela doença: quatro em Roraima, seis no Amazonas e dois no Pará.

Vale esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados. Nas últimas semanas, houve diminuição na notificação de casos novos no Amazonas e em Roraima. No Amazonas, a concentração de casos desta semana se deu nos meses de julho e agosto. No estado de Roraima, o pico da doença ocorreu entre fevereiro e março de 2018. Em ambos os estados, no momento, a curva de novos casos é decrescente.


O que é sarampo e como é transmitido?

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade.

As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade.

O comportamento endêmico do sarampo varia, de um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo.

Sintomas


Foto: Reprodução

Transmissão

A transmissão do sarampo ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, o elevado poder de contágio da doença. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.

O sarampo afeta, igualmente, ambos os sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.

Por: Isabela Lopes
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