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Pacientes oncológicos estão com medicação suspensa há dois meses

Em tratamento no Hospital São Marcos, pacientes relatam prejuízos à saúde com a falta da vacina Herceptin.

26/10/2018 07:01

No tratamento contra o câncer, alguns medicamentos são essenciais. Um deles, a vacina Herceptin, teve o fornecimento suspenso no Hospital São Marcos, um dos estabelecimentos que realizam a terapia no Piauí. Em contato com O DIA, alguns pacientes do referido hospital relataram os transtornos ocasionados pela suspensão da vacina, em falta há dois meses e sem previsão para o retorno no fornecimento.

A vendedora Suellen Cardoso está fazendo tratamento contra câncer há pouco mais de um ano. Ela conta que ainda não sabe o real impacto da falta do medicamento, porque será o primeiro mês sem receber a dose. No entanto, o remédio é “essencial”, segundo ela.

“Só tomei o remédio mês passado porque já tinha minha dose separada. A funcionária disse que o medicamento está em falta há dois meses e sem data prevista [para chegar novas doses]. (...) Tomo esse medicamento junto com a minha quimioterapia, porque o médico passou para controlar o meu câncer, que é hormonal, e a vacina é essencial pra mim”, afirma.

A auxiliar de serviços gerais Andreia Soares também está passando pelo mesmo problema. Ela conta que está em tratamento há um ano e estava tomando a vacina Herceptin até o mês passado. Vivendo em Floriano, ela veio a Teresina semana passada para receber a dose da vacina e não tinha o medicamento disponível. Com essa suspensão, a paciente vai atrasar o tratamento. Andreia conta que o tratamento com a vacina tem duração de um ano.

“Quando cheguei no hospital, a moça me falou que estava em falta, devido a um acordo que está sendo feito com o Ministério da Saúde, não entendi direito. Ela só falou que não está liberando a vacina e aí prejudica a gente que está fazendo o tratamento. A vacina é um complemento e a gente depende dela. [A funcionária] disse pra gente aguardar, porque é uma coisa que eles estão resolvendo e a gente não pode fazer nada”, relata.

Andreia passou pela mastectomia no mês de março e fez radioterapia entre os meses de junho e julho, enquanto tomava a vacina. Ela tomou seis doses e ainda não conseguiu marcar as novas aplicações do medicamento. 

Contraponto

Em contato com a reportagem de O DIA, o Hospital São Marcos informou que a aquisição e fornecimento da medicação é feita através do Ministério da Saúde, via Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). O Hospital São Marcos ainda está aguardando o recebimento referente ao mês de outubro para a continuidade do atendimento aos pacientes.

Também entramos em contato com a Sesapi, que disse ser responsável apenas pela programação da vacina. A Secretaria informou ainda que o medicamento citado nesta reportagem está em processo de licitação pelo Ministério da Saúde e não há previsão para o retorno do fornecimento.

Edição: Virgiane Passos
Por: Ananda Oliveira
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