Passada de geração em geração pelas nossas bisavós, avós e mães, a vaporização do útero é uma técnica milenar que consiste em sentar-se por alguns minutos sobre um recipiente com água quente e ervas medicinais, permitindo que a região genital receba benefícios fisiológicos do calor, da umidade e, principalmente, das propriedades curativas de cada erva. A prática traz a possibilidade de resgate de antigas tradições femininas e é utilizada desde tempos imemoriais por diversas culturas como a chinesa, a indígena, andinas e outras.
A vaporização resgata saberes ancestrais e conecta as mulheres ao sagrado feminino (Foto: Anna Carvalho/AmarZen)
Em suas redes sociais, a ginecologista Bel Saide, especialista em ginecologia natural, explica que é comum que a vaporização do útero seja confundida com o banho de assento. “A diferença está na temperatura, na concentração e na forma de usar essas ervas: No banho de assento usamos mais planta, coamos e deixamos morninho, porque há contato direto. Já a vaporização é pra ser quente e não precisa coar, pois não há contato direto”, afirma em uma publicação.
De acordo com a especialista, a vaporização é um ótimo autocuidado, um carinho a ser feito em si mesma. Além de contribuir para a melhora dos fluxos internos. “É importante fazer esse resgate de contato com a nossa essência”. A prática da vaporização pode ser utilizada como um tratamento auxiliar para alívio de sintomas como, por exemplo, coceira e irritação. Todavia, deve ser feita de maneira correta e, preferencialmente, sob orientação médica.
Tanto a vaporização do útero quanto o banho de assento são técnicas milenares (Foto: Reprodução/Ginecologia Natural)
Mulheres ao redor do mundo abraçam a vaporização uterina há milênios. Em Teresina, não é diferente. A estudante de medicina Uana Martins, de 22 anos, conta que a técnica a ajudou a tratar a Candidíase genital, uma infecção muito comum. Além disso, para Uana, o processo de sentar-se sobre a bacia de água com ervas aromáticas e medicinais é relaxante.
“Me ajudou tanto nos sintomas físicos como vermelhidão, inchaço e coceira. E até nos sintomas psicológicos. Tirar um tempo para preparar a água, sentir o cheiro das ervas, aproveitar o tempo do processo para meditar, relaxar e saber que estou cuidando do meu íntimo com algo natural e não só colocando mais e mais remédios no meu corpo”, explica.
A estudante pontua que costuma realizar a vaporização do útero uma vez ao mês, quando sente necessidade. Ela destaca ainda que é necessário saber quais ervas usar, de acordo com os sintomas que a pessoa em questão está sentindo. “É importante saber o por que você quer fazer isso, quais ervas você deve usar, se é para aliviar sintomas de candidíase, por exemplo, é importante ir ao médico antes de qualquer coisa”, finaliza.
A prática de vaporização é um processo de autocuidado (Foto: Anna Carvalho/ AmarZen)
Importância de conhecer as ervas
A escolha das ervas e do momento adequado para realização da vaporização do útero deve ser feita com cuidado e cautela. Além de ter um acompanhamento médico, mulheres que desejam experienciar esta técnica milenar devem ter familiaridade com as ervas e suas propriedades, para que possam desfrutar dos benefícios com tranquilidade e segurança.
Em Teresina, a produtora cultural Joana D’arc e a aromaterapeuta Valéria Mont, donas da loja AmarZen, voltada para artigos de espiritualidade, explicam a importância de se conhecer as ervas terapêuticas e os óleos essenciais.
“Cada erva tem sua finalidade. Umas tratam questões físicas, outras tratam de questões emocionais. Conhecer as ervas é se conectar com a energia dos elementos na natureza. Já os óleos essenciais, que provêm diretamente destas ervas, trazem bem-estar, alívio nos sintomas de doenças, amenização de dores, fortalecimento das defesas do corpo e vários outros benefícios”, destacam.
As ervas tem poderes medicinais curativos (Foto: Reprodução/AmarZen)
Tanto as ervas, quanto os óleos, podem ser amplamente utilizados em rituais de cura como a vaporização do útero. As empreendedoras destacam que seus clientes têm a oportunidade de personalizar seu próprio blend de ervas de acordo com os benefícios que buscam. “A AmarZen atua como uma Farmácia da Alma, pois entendemos que cada um é único e tem suas particularidades para serem entendidas e vivenciadas. Estamos aqui para ser guia nesse caminho, para ajudar a cada um a descobrir seu direcionamento de uma forma tranquila e principalmente do jeito que é mais confortável para si”.
Como preparar a vaporização?
Escolha as ervas e jogue-as em um balde ou cumbuca. Depois, despeje água fervida por cima. Após isso, sente-se sob o recipiente. Cubra-se com um cobertor para concentrar o vapor. E, caso consiga adaptar um assento, de modo que consiga ficar sentada sob o balde, o vapor chega mais facilmente até a vulva.
A escolha das ervas para a vaporização deve ser de acordo com o beneficio que procura (Foto: Reprodução/AmarZen)
As ervas devem ser escolhidas de acordo como os benefícios que se busca e o que se deseja tratar. As mais indicadas para a vaporização do útero são: artemísia, manjericão, alecrim, calêndula, camomila e lavanda.
Edição: Adriana Magalhães