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"œEpidemia" de potó preocupa população em toda Teresina

As pessoas têm redobrado o cuidado, mas nem todo mundo consegue sair ileso neste período.

20/06/2018 07:00

 A “epidemia” de potó, co­mum nessa época do ano, vol­ta a preocupar os teresinenses, que tentam a todo custo saí­rem ilesos do período que os potós estão a solta pela cidade. Mas nem todo mundo conse­gue esse feito e, muitas vezes, são pegos de surpresa durante o sono ou em um momento de descuido. Esse foi o caso da contadora Livramento Mo­raes, cuja queimadura provo­cada pelo potó atingiu a região próxima ao olho.

Ela conta que consultou um oftalmologista e ele prescre­veu dois colírios e uma po­mada. A substância tóxica do potó chegou a atingir o pró­prio olho, que também ficou avermelhado. “Na verdade, não percebi o momento exato [do contato com o potó], mas sei que cheguei a ver potós em vários locais: em casa, na casa da vizinha, na calçada de casa (embaixo de uma árvore). Acredito que tenha sido en­quanto dormia. Não consegui trabalhar com o olho inchado e lacrimejando”, diz.

A estudante de nutrição Francisca Gabrielly também está com queimaduras de potó no rosto, na região do nariz. As queimaduras incomodam e provocam dor e coceira. “Foi durante o sono e foi uma área grande porque ele não mijou um lugar só, mas pequenas quantidades em cada local. Eu estou tratando com um óleo que minha mãe, que é técnica de enfermagem, arranjou um pouco para mim”, conta.


Foto: Folhapress

A dermatologista Socorro Aragão explica que a queima­dura do potó pode ser de 1º ou 2º graus. Quando a lesão é mais leve, com uma vermelhi­dão, é considerada de 1º grau. No caso das queimaduras mais sérias, com formação de bolhas, o caso é de 2º grau e inspira maiores cuidados com a região afetada.

Segundo a especialista, as pessoas não devem fazer uso de remédios caseiros ou de substâncias que não são indicadas para tratamento de queimaduras, mas são muito difundidas entre a população. Muita gente acaba aplicando cre­me dental, café ou manteiga sobre a queimadura, prática desaconselhada pela derma­tologista.

Em todos os casos, porém, é importante limpar a área queimada. “Se você ver um potó em cima da pele deve lavar o local imediatamente”, reforça.

Entenda a “epidemia”

Com bom humor, muitos teresinen­ses têm reper­cutido através de memes a enorme quantidade de potós vistos pela cidade. Popular­mente conhecida como “mi­jada de potó”, a queimadura é provocada pelo inseto Pae­derus Irritans, da família dos besouros. Ele libera uma subs­tância tóxica como mecanis­mo de defesa, quando se sente ameaçado.

A “epidemia” do inseto é co­mum nessa época do ano de­vido ao clima. Com o fim do período de chuvas e aumen­to das temperaturas, o potó encontra o ambiente propí­cio para sua reprodução. Ele também é atraído pelo calor do corpo humano e, por isso, costuma “atacar” áreas mais quentes do corpo, como pes­coço, dobras dos braços e das pernas. O inseto é atraído, ain­da, pela claridade e luz branca.

Por: Ananda Oliveira - Jornal O Dia
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