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Grupo que hackeou Ministério da Saúde brasileiro ataca portal de notícias português

Dessa vez, o alvo foram as páginas de notícia pertencentes ao maior conglomerado lusitano de mídia, o Impresa.

18/01/2022 17:18

O grupo de hackers responsável pelo ataque ao Ministério da Saúde brasileiro fez mais uma vítima no começo de Janeiro. Dessa vez, o alvo foram as páginas de notícia pertencentes ao maior conglomerado lusitano de mídia, o Impresa. 

Após a invasão, os sites do jornal Expresso e da estação televisiva SIC TV apresentaram um aviso, informando a autoria da violação (o autointitulado Lapsus$ Group), as condições para recuperação da conta e o contato dos hackers.

Além das mudanças nas páginas, os infratores também enviaram e-mails de phishing aos assinantes do Expresso e fizeram uma publicação no Twitter oficial do jornal, na qual se lia “Lapsus$ é oficialmente o novo presidente de Portugal”.

Em meados de dezembro de 2021, o mesmo grupo de hackers alegou ter violado os sistemas do Ministério da Saúde brasileiro, deixando várias plataformas fora do ar e levando à perda de dados importantes sobre o programa nacional de vacinação – incluindo as informações sobre os vacinados contra a Covid-19.


Ataques de hacker vêm aumentando

Os episódios são apenas exemplos de um fenômeno maior que vem ocorrendo nos últimos anos, em particular com o advento da pandemia. Segundo estudo do grupo Mz, só no Brasil, houve um aumento de 220% nas notificações de ataques cibernéticos entre 2020 e 2021.

De acordo com analistas, os números refletem os efeitos da implementação do trabalho remoto, que além de incrementar a quantidade de pessoas conectadas também vem expondo a vulnerabilidade das práticas de segurança virtual dos usuários.

As consequências disso, a despeito de as manchetes com frequência darem destaque apenas a grandes nomes de empresas e serviços, afetam direta ou indiretamente todos os usuários da internet. Afinal, não apenas os ataques a indivíduos comuns são igualmente frequentes na rede, como o vazamento de dados dessas companhias pode também comprometer a privacidade e segurança das pessoas físicas.

Os serviços utilizados pelo cidadão médio, especialmente aqueles virtuais, têm acesso a inúmeros dados pessoais que, uma vez nas mãos de criminosos, podem trazer repercussões bastante graves. Mesmo informações aparentemente inofensivas, como o seu endereço IP, podem ser usadas para práticas danosas.

“Mas o que o meu IP  tem a ver com isso?”, o usuário pode se perguntar. A resposta é simples: como identificador do seu dispositivo na rede, o endereço IP pode servir de base para que os golpistas consigam localizar você dentro (e fora) da rede – podendo inclusive obter informações sobre sua posição geográfica.


Como se proteger

Para evitar problemas com vazamentos de dados ou ataques de hackers, há duas vias importantes de serem consideradas – a das empresas e a individual. Como não há meios de controlar diretamente como as grandes companhias e serviços lidam com a segurança dos seus dados, nessa via a melhor estratégia é ser cuidadoso.

Ler a política de privacidade, por exemplo, é imprescindível. Afinal, sem saber quais tipos de dados são coletados durante o uso dos serviços oferecidos, não há como se prevenir. Do mesmo modo, é fundamental ter ciência de quais informações se está disposto a compartilhar. Como regra, menos é sempre melhor.

Na via individual, por outro lado, o usuário tem muito mais controle – podendo agir sobre seus comportamentos cotidianos e sobre as ferramentas que usa em seus dispositivos, implementando um nível de segurança mais completo em todos os sentidos.

Em relação aos seus hábitos do dia a dia, além de limitar a quantidade de informação compartilhada com empresas em geral, é necessário também ter consciência dos riscos que a internet pode oferecer e como evitá-los.

Um exemplo clássico é em relação ao phishing. Se o usuário sabe identificar e-mails potencialmente fraudulentos, ele consegue escapar de várias ocasiões perigosas sem precisar da força bruta de nenhum programa especial.

Já quanto aos recursos que podem ajudá-lo a manter um alto nível de segurança contra ataques de hacker, o uso de programas antivírus são o mínimo necessário. Com eles, é possível evitar (e remediar) infecções por arquivos maliciosos que podem danificar seu dispositivo e expor suas informações pessoais na rede.

Além disso, artigos diferenciados, como gerenciadores de senha, conseguem incrementar a sua segurança ao permitir que o usuário tenha códigos de acesso mais sólidos e complexos. Com uma senha mais difícil de ser adivinhada, afinal, os hackers terão um trabalho muito maior para invadir suas contas.

Assim, com os devidos cuidados, os indivíduos conseguem se manter a salvo de ataques e violações de dados – seja do computador da sua casa ou do servidor de armazenamento de uma companhia que lhe fornece serviços. 

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