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Mais de 270 teresinenses tiveram suas contas de WhatsApp clonadas

Delegado diz que as vítimas que tem caído nesse golpe são pessoas que fazem anúncios de vendas em sites de negócios

14/10/2019 16:21

Dados divulgados pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Piauí (DRCI-PI) mostram que 275 contas do aplicativo de mensagem instantânea – Whatsapp - foram clonadas no período de 2017 a 2019 em Teresina. Somente no ano passado, pelo menos 231 pessoas procuraram a delegacia para denunciar o golpe.

O crime consiste em tirar do ar o aplicativo de mensagens do celular da vítima e, por mensagem, os golpistas pedem transferências bancárias à família e amigos. De acordo com o delegado titular do DRCI-PI, Anchienta Nery, o crime acontece, por vezes, por descuido da vítima.

Delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Piauí (DRCI-PI). Foto: O Dia.

“Eles descobrem o número de telefone, entram em contato com a vítima e solicitam que a pessoa informe o código verificador que ela recebe no celular pelo WhatsApp. Então a maioria das vítimas que tem caído nesse golpe aqui no Piauí são pessoas que fazem anúncios de vendas em sites de negócios conhecidos”, disse.

Delega explica como os golpistas agiam. Foto: Reprodução

O delegado disse ainda que os golpistas ligam se passando por funcionários de empresas de negócios online e pedem para as vítimas repassarem dados pessoais.

“Eles ligam para as vítimas se passando por funcionários dessas empresas e pedem pra que elas confirmem alguns dados, inclusive o código de verificação do WhatsApp que ela recebeu no celular. Então, as pessoas precisam ter atenção porque nenhuma empresa passa informação de uma para a outra e, quando acontece de uma delas ligar, eles já sabem quem é a pessoa. Apenas se confirma dado quando é o consumidor quem faz a ligação”, explica.

Anchieta revela como evitar mais golpes. Foto: Reprodução

Anchieta ressalta também a importância da denúncia para evitar novos golpes. “Com certeza vale a pena registrar a ocorrência do golpe. Esse número informado pode ser maior na criminologia. Temos o que é chamado Cifra Negra, que é a grande quantidade de ocorrências que não são registradas”, disse.

Ao invadir uma conta de WhatsApp, os falsários têm acesso a todo o histórico de conversas, grupos e contatos que pode incluir dados pessoais e detalhes que só as vítimas sabem. Isso torna os pedidos de transferência de dinheiro mais convincentes.

“É uma investigação complexa por se tratar de crime virtual. Estamos com alguns crimes em andamento e esperamos dar uma resposta para a sociedade teresinense. Para evitar o crime, não repasse dados pessoais, se você estiver com pressa e receber uma ligação, desligue e retorne com calma para o número oficial da empresa que o funcionário lhe ligou. Outra dica importante é você salvar os seus contatos pelo nome das pessoas e não pelo grau de parentesco ou proximidade, porque se um atacante se apossar do celular, ele vai pedir dinheiro justamente para essas pessoas mais próximas”, finaliza.

Edição: Adriana Magalhães
Por: Jorge Machado, do Jornal O Dia
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