Mesmo após o anúncio de medidas
pelo Governo Federal, os caminhoneiros continuam protestos e a paralisação em
Teresina, assim como em mais 19 Estados da Federação e o Distrito Federal. A
Polícia Militar, por meio de sua Coordenação de Gerência de Crise, encontra-se
na manhã de hoje (28) no terminal de petróleo, na zona Sudeste, onde negociar o
desbloqueio por parte dos motoristas de aplicativo, que concentram no local
impedindo a saída de combustível desde a última quinta-feira.
Alguns motoristas concordaram em se retirar e abriram um pouco o bloqueio, no entanto uma parte da categoria ainda permanece no local acompanhada dos caminhoneiros, que se recusam a sair e interromper sua paralisação. A retirada dos motoristas de aplicativo do local foi determinação da Justiça, por meio do Ministério Público Federal, que deu até as 8 horas da manhã de hoje para que a categoria desfizesse os bloqueios e liberassem a passagem dos caminhões tanque.
Uma vez que a determinação da MPF não foi cumprida, a Secretaria de Segurança Pública do Estado teve que acionar PM para negociar a saída dos motoristas do terminal. Houve um pequeno tumulto no início da negociação e alguns manifestantes estavam com os ânimos alterados. A coronel Júlia Beatriz, que encaminhou o diálogo, falou ao Portal O Dia.
“Alguns reclamavam que o movimento não estava tendo o devido apoio da população, chegaram a discutir com a gente, mas nós estamos negociando de forma pacífica. O problema é que chegaram algumas pessoas que causaram tumulto e tiraram a credibilidade da manifestação”, explicou a coronel.
Além do terminal de petróleo, a PRF identifica mais três pontos de bloqueio no Piauí: um na BR-316, próximo à Tabuleta, o outro também na BR-316, mas próximo a Picos e um terceiro na BR-343, na altura de Floriano.
Reunião em Brasília vai discutir as medidas apresentadas por Temer
Gestores da Segurança, Educação e Saúde se reuniam com o Governo do Estado no Karnak para decidir as medidas que serão tomadas contra a crise do abastecimento, de modo a garantir o funcionamento dos serviços básicos de policiamento ostensivo, merenda escolar e atendimento de urgência.
A principal preocupação do poder público é justamente a desobstrução do terminal de petróleo, que está bloqueado pelos motoristas de aplicativo e caminhoneiros desde a última quinta-feira (24). Para o ex-secretário de segurança e deputado federal Fábio Abreu (PR), não será necessário uso da força para retirar os manifestantes. Os motoristas decidiram acatar a decisão da Justiça e sair do terminal, mas uma parte ainda resiste e há os que pretendem retirar apenas os veículos e manter a barreira humana.
A Comissão de Aviação e Transporte, da qual Fábio Abreu faz parte, vai se reunir ainda nesta segunda com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), para discutir as medidas anunciadas ontem por Michel Temer. De acordo com o parlamentar, a proposta de reduzir em R$ 0,46 o preço do diesel pelos próximos 60 dias terá que ser aprovada pelo Congresso.
“Em tese, a situação não será normalizada assim que os bloqueios forem desfeitos, porque é preciso avaliar todo o cenário nacional. O final da movimentação vai ser em âmbito federal e a reunião na Câmara é para tomar decisões neste sentido”, finaliza Fábio Abreu.
Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Ananda Oliveira e Breno Cavalcante