Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Moradores no Parque Piauí vivem em rua com mato e escorpiões

O local não possui nome nem número e, segundo os moradores, é ignorado pelas equipes de limpeza Prefeitura

17/02/2022 10:35

“Eu acordei e tinha um escorpião na cama do meu filho e quase todo dia eu mato um diferente dentro de casa”. A frase é da cabeleireira Poliana Quaresma, 31 anos, moradora de uma rua sem nome e sem número no Parque Piauí, zona Sul de Teresina. O local, que possui cerca de 40 metros, fica próximo à Avenida Principal do bairro. Mas apesar da localização, não possui pavimentação e é tomada pelo mato e pelo lixo, o que gera uma série de transtornos aos moradores.


Leia também: Moradores reclamam de rua inacabada há 10 anos na Vila Cidade Leste 



Foto: Assis Fernandes/O Dia

A falta de estrutura da via prejudica inclusive o ofício de quem trabalha em casa, como é o caso da professora Patrícia de Aquino Melo. Ela tem uma escolinha de reforço e conta que se sente constrangida toda vez que os pais dos alunos chegam e se deparam com a rua de difícil acesso para carros e até mesmo a pé por conta da terra e do mato.

“Eu hoje só tenho cinco alunos, mas já cheguei a ter mais de dez, e por mais que a gente limpe, não fica bom não. A gente fica tirando do nosso bolso para poder limpar uma coisa que não é responsabilidade. É a Prefeitura que tem que vir aqui capinar e asfaltar, mas eles só passam lá pelo outro lado e não entram aqui, porque dizem que essa rua não existe”, explica Patrícia.

Ela chega a gastar até R$ 20,00 por semana para mandar capinar sua porta e evitar o acúmulo de mato e de lixo jogado por moradores de outras ruas.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Quem também soma transtornos com a situação da rua sem pavimentação e limpeza é Poliana Quaresma, que já chegou a encontrar um escorpião escondido entre os lençóis da cama do filho pequeno. O bicho estava escondido no mato na porta da casa e entrou no quarto da criança pela janela. Poliana teve que telar a residência por conta do risco, mas, mesmo assim vez por outra encontra com escorpiões dentro de casa.

“Se esse bicho tivesse picado meu filho, ele não teria resistido. Depois disso, toda noite eu acordo para ver se não tem escorpião dentro de casa. Se essa rua fosse arrumada, esse mato tirado e essa terra também, isso não acontecia”, reclama Poliana. Ela conta que já chegou a pagar R$ 90,00 para que capinar sua porta. “É um descaso, porque nós pagamos tudo que tem que ser pago em imposto e toda vez eles [equipes da PMT] só limpam lá no asfalto, mas não querem limpar aqui porque é nossa rua e dizem que é nossa responsabilidade”, desabafa.

Para além do mato e da terra, outra coisa que se acumula na rua é a sujeira. É que os moradores de outras vias localizadas no Parque Piauí jogam lixo no local, o que atrai mosquitos e contribui para a proliferação de doenças. Quando chove, a situação se agrava porque o mato cresce mais rápido e, além de atrair bichos e insetos, gera outro transtorno: a insegurança.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

As moradoras dizem que a rua costuma ser usada por criminosos para esconder objetos de roubo, como rota de fuga ou até mesmo espaço para cometimento de delitos. “Já teve gente assaltada na porta de casa. A moça daqui outro dia estava mexendo no celular na calçada quando chegaram e tomaram dela. Fora que se esse mato cresce muito, vira esconderijo de gente má intencionada. A gente fica é com medo de sair de casa”, diz Patrícia.

O outro lado

O Portalodia.com procurou a Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas da zona Sul (SAAD Sul). O órgão informou que a demanda dos moradores da rua do Parque Piauí foi encaminhada ao corpo técnico da Gerência de Obras para que seja estudado a respeito da pavimentação da via.

Quanto a limpeza do local, a demanda também foi enviada à Gerência de Serviços Urbanos, para que seja incluída no cronograma de Capina e Varrição dos próximos dias.

Mais sobre: