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Mulheres protestam cobrando políticas públicas contra violência de gênero

Grupo se reuniu na manhã de hoje (22) em frente ao Palácio de Karnak para tentar entregar uma carta aberta ao governador Wellington Dias.

22/05/2018 11:50

Um grupo de mulheres organizadas se reuniu hoje nas portas do Palácio de Karnak para protestar contra o aumento nos casos de feminicídio no Piauí e pedir mais investimento em políticas públicas contra a violência de gênero. A intenção do grupo era entregar uma carta aberta ao governador Wellington Dias na qual elas listam uma série de ações que precisam ser adotadas pelo Estado em caráter de urgência para garantir a segurança e proteção das piauienses.

Com carros de som e cartazes, o grupo entoava palavra de ordem e pedia a presença do governador ou de algum representante do Karnak para poderem abrir um diálogo. Na carta aberta as mulheres cobram, dentre outros, a tomada de ações imediatas para os casos de violência em curso, repostas imediatas sobre as razões de denúncias feitas pelas mulheres não serem atendidas devidamente e a instalação de pontos de atendimento aos casos de violência, incluindo o encaminhamento para casa de acolhimento enquanto o processo corre judicialmente.


Foto: Moura Alves/O Dia

As manifestantes pediam ainda a que o poder disponibilize moradias dignas para que as mulheres em situação de violência já denunciada não precisem retornar ao convívio do agressor, implantação de políticas de empregos para as mulheres em situação de violência, bem como a tomada de ações imediatas para prevenir casos de violência e investimentos em políticas estaduais de igualdade de gênero.

Assim que o grupo chegou em frente ao Karnak, seguranças da sede do Governo fecharam os portões, ato que foi duramente criticado pelas integrantes do movimento. Para a estudante de Seeviço Social da Uespi, Geísa Caldas, o ato mostrou que o poder público não está aberto ao diálogo. “A gente se sente bloqueado, porque é como se eles utilizassem o poder que eles têm justamente para nos calar, e é por isso acontecem muitas mortes. As mulheres trans, negras são invisíveis na nossa sociedade”, afirma.


Foto: Moura Alves/O Dia

Quem também criticou a ação do Governo foi Amélia Nunes, integrante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro. Ela declara: “Nós fomos recebidas com polícia, fomos colocadas pra fora e os portões trancados. Devem pensar que nós somos talvez terroristas, mas nós não somos. Nós viemos para alertar a sociedade para o perigo que qualquer mulher, pelo simples fato de ser mulher, está correndo”, dispara Amélia.

Até o final da manhã, as manifestantes ainda não tinham recebidos por nenhum representante do Governo.

Foto: Moura Alves/O Dia

Casos recentes

A manifestação acontece uma semana após o assassinato brutal da cabeleireira Aretha Dantas Claro pelo ex-companheiro Paulo Alves Neto. Após ser esfaqueada, Aretha foi atropelada e teve seu corpo abandonado em plena Avenida Maranhão. O autor do crime foi preso preventivamente.

No final de semana, outra mulher, de nome Gisleide Alves, foi mota pelo companheiro a facadas dentro de casa no bairro Santa Fé. O corpo de Gisleide foi encontrado pelo próprio filho e o autor do crime foi preso horas depois entre Nazária e Teresina.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Ananda Oliveira
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