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Operação da PF investiga concessão de bolsas irregulares na UESPI

Policiais chegaram à Universidade por volta das 5h e começaram pelo NEAD. Depois seguiu para o Palácio Pirajá, onde apreenderam documentos do PARFOR

17/01/2018 09:02

O reitor da Universidade Estadual do Piauí, Nouga Cardoso, argumentou que a administração nunca havia recebido denúncia formal a respeito das supostas irregularidades investigadas no âmbito do Nead e Parfor. Em coletiva à imprensa, ele reforçou que solicitou, ainda no mês de outubro, investigação por parte dos órgãos de controle, após informações publicadas na imprensa. "O inquérito foi instaurado no mês de novembro, justamente um mês após a nossa provocação. Portanto, não acolhemos com surpresa a visita da PF", disse Nouga.


O reitor da universidade, Nouga Cardoso, concedeu uma coletiva a imprensa para falar sobre o assunto. Foto: Moura Alves/ODIA

Ele não citou nomes de possíveis envolvidos nas supostas concessões irregularidades de bolsas do Capes e revelou que ninguém foi afastado durante esse período de investigação. "Para a administração, todos são idôneos até que se prove o contrário", alegou.

A UESPI também não instaurou processo administrativo interno, segundo o reitor, porque não havia denúncia formal.

Atualizada às 11h40

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) por irregularidades no uso dos recursos destinados à instituição através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A Operação denominada Curriculum, investiga a aplicação de recursos do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), através do Núcleo de Ensino à Distância (NEAD) da Uespi O UAB tem o objetivo de expandir a oferta de programas de educação superior, por meio de iniciativas de educação a distância. Já o PARFOR visa à formação inicial e continuada de profissionais do magistério para as redes públicas da educação básica.

A operação foi denominada de Curriculum e tem por objetivo investigar o uso ilegal de recursos federais. Foto: Assis Fernandes/ODIA

Os policiais iniciaram a operação às 5h da manhã, pela sede do NEAD, depois seguiram para o Palácio Pirajá, onde apreenderam documentos e computadores do PARFOR. O prédio foi interditado das 7h às 9h30. Nesse horário, os funcionários foram impedidos de entrar no local.

O suposto desvio ocorria quando algumas pessoas, que não atendiam aos pré-requisitos básicos para ministrar aulas, recebiam bolsas da Capes. Os recursos nos valores entre R$ 1.100 e R$ 1.300, que deveriam ser destinados para quem dava aula no Nead ou no Parfor, seriam pagos para quem ministrava cursos de extensão ou oficinas comuns dentro da Uespi, o que indica a possível ocorrência de desvio de finalidade na aplicação da verba pública.

De acordo com uma fonte que não quis se identificar, algumas pessoas estariam ministrando, há mais de dois anos, cursos que não eram do Nead ou do Parfor e recebendo o dinheiro da bolsa.

A operação foi realizada pela Polícia Federal do Piauí, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal. Levantamentos realizados pela CGU detectaram irregularidades como: bolsistas cadastrados sem que tenham participado de processo seletivo e bolsistas sem a formação acadêmica e a experiência profissional exigidas pelos programas, sendo alguns deles familiares de servidores da UESPI suspeitos de terem sido favorecidos.  Só em 2016, foram constatados pagamentos irregulares no valor de R$ 276.585,00.

O material apreendido será analisado e os envolvidos intimados a prestarem esclarecimentos sobre as irregularidades. 

Por conta das investigação o Palácio Pirajá ficou interditado das 07h às 9h30 da manhã. (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Nota da Uespi

Em nota, a Universidade Estadual do Piauí informou que investigação foi solicitada pela instituição à Controladoria Geral do Estado e também à Controladoria Geral da União, em meados do ano passado. “Atendendo esta solicitação da UESPI, os órgãos de controle de contas acionaram a Polícia Federal para realizar as buscas necessárias de averiguação solicitada, ocorridas na manhã desta quarta-feira”, diz a nota.

A Administração destaca também que, além de ter solicitado de ofício, está colaborando com a investigação e que é a maior interessada na transparência e na correta aplicação dos recursos públicos. A vice-reitora Bárbara Melo acompanha os policiais federais durante a operação. Às 11h haverá coletiva de imprensa com o reitor Nouga Cardoso.

Por: Nayara Felizardo e Geici Mello
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