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Parada da Diversidade cobre Teresina de cores contra a intolerância

Cem mil pessoas são esperadas para a maior festa da comunidade LGBT no Estado; Liniker e Karol Conka serão as atrações principais do evento.

03/09/2017 17:32

(Fotos: Letícia Santos/ O Dia)

A avenida Raul Lopes foi coberta por uma bandeira que não escolheu lados. A 16º Parada da Diversidade acontece ontem (3), na zona Leste de Teresina, para celebrar o ser humano e sua capacidade de ser múltiplo. Sob o lema “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”, o evento prometeu reunir cerca de cem mil pessoas em defesa da tolerância.

“O tema da semana é bem sintético”, comenta Marinalva Santana, coordenadora do grupo Matizes e uma das organizadoras do evento. A Parada da Diversidade acontece para finalizar a 13º Semana do Orgulho de Ser, que contou com oficinas, mostra de cinema, jogos esportivos, rodas de conversa e palestras que discutiram a homofobia e os ataques sofridos pelas minorias.

“As liberdades individuais estão ameaçadas e por isso escolhemos esse grito de liberdade. Para dizer que não vamos nos quedar diante das tentativas de retirar nossos direitos que foram conquistados, e que para isso acontecesse muitas vidas foram ceifadas”, disse Marinalva Santana.

A Joanne Ferreira (19) prestigiou mais uma edição da Parada da Diversidade e destacou que está é uma oportunidade para que a comunidade LGBT tenha mais visibilidade diante da sociedade, e que o preconceito seja superado.

“A Parada é importante porque mostra que temos direitos e uma posição na sociedade que muitas vezes é discriminada. As pessoas nos olham como se fôssemos invisíveis, e essa liberdade só será alcançada quando as pessoas conseguirem lidar com esse outro lado, diferente do delas. Nós mudamos por fora, mas por dentro somos seres humanos e é isso que queremos mostrar, que todos somos iguais e merecem respeito”, frisa.

Há cinco anos o cadeirante Manoel da Silva (55) acompanha a Parada, como forma de prestigiar o evento e apoiar a comunidade LGBT. Ele falou da importância desse dia, como forma da sociedade refletir sobre o preconceito e se conscientizar sobre a igualdade. “Nós somos seres humanos e os LGBTs também, e infelizmente ainda tem muito preconceito, e nós como cadeirantes acompanhamos o evento exatamente para dar o nosso total apoio e dizer que somos contra toda forma de preconceito”, falou.

A Polícia Militar também esteve presente fazendo a segurança do evento, com equipes de cavalaria, de trânsito, do 5° BPM, da Coordenadoria de Gerenciamento de Crise e Direitos Humanos. Os militares ficaram dispostos em todo o percurso da Parada, que seguiu do balão próximo à Ponte Juscelino Kubistchek até a Ponte Estaiada, onde houve a maior concentração de policiais. 

“Pela experiência dos anos anteriores, não tivemos tanto trabalho, porque as pessoas vêm para brincar. Esperamos repetir os anos anteriores, que seja um sucesso”, disse a coronel Júlia Beatriz, da Polícia Militar.

Parada foi palco para uso de fantasias, glitter, bandeiras coloridas e pedido de namoro

A Parada da Diversidade também foi palco para uso de fantasias de unicórnio, glitter, bandeiras coloridas e pedido de namoro. Há sete meses juntas, esse foi o momento ideal para oficializar a união. As duas mulheres, que preferiram não se identificar, contaram que “este é um bom lugar, porque aqui seriamos acolhidas, já que é um movimento de luta, e seria perfeito par comemorar o amor”, disse uma delas.

O pedido foi uma surpresa e o anel de compromisso selou a união das duas, que comemoraram com beijos e buquê de rosas. “Eu fiquei muito feliz com o pedido. A gente que para um relacionamento existir não precisar de aliança, porque temos companheirismo e parceria há muitos anos, então é isso que conta”, falou a outra jovem.


Edição: Karliete Nunes
Por: Andrê Nascimento, com informações de Isabela Lopes
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