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Piauí teve sete vezes mais nascimentos do que mortes por Covid-19

Números do Painel de Registros Civis apontam que o Estado teve 16.331 nascimentos de março a setembro deste ano

03/10/2020 08:18

A pandemia do novo coronavírus tem causado enormes impactos em vários setores sociais e econômicos. Tanto do ponto de vista financeiro quanto do posto de vista populacional, as perdas se somam cada dia mais. O Brasil, por exemplo, chegou a última sexta-feira (2) com um total de 4.847.092 casos confirmados de Covid-19 e 144.680 mortes decorrentes da doença. No Piauí, a realidade não é tão distinta: apesar de o Estado estar tendo queda no número de mortes pelo segundo mês consecutivo, já são mais de 2.100 pessoas mortas por causa da pandemia e um total de 97.498 casos.

Foto: Jailson Soares.

Os números são considerados preocupantes porque se está falando de vidas perdidas, mas não chegam a configurar uma remodelação populacional e etária nem em nível de Brasil, nem em nível de Piauí. É que, apesar da quantidade de mortes que o Estado teve ao longo destes seis meses de pandemia, o número de nascimentos se manteve praticamente no mesmo patamar que o de anos anteriores.

De acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, o Piauí teve sete vezes mais nascimentos do que mortes por Covid-19 entre os meses de março até meados de setembro. Neste período, foram 16.331 piauienses nascidos vivos e 2.127 vidas perdidas em decorrência da doença. As cidades onde mais se registraram nascimentos foram Teresina (5.197 nascidos); Parnaíba (1.618 nascidos); Piripiri (659 Nascidos); São Raimundo Nonato (637 nascidos); e Picos (592 nascidos). Juntas, elas correspondem a 53,2% do total de nascimentos registrados no Piauí durante estes seis meses de pandemia.

Já no que respeita aos óbitos decorrente da Covid-19, das 2.132 vidas perdidas até sexta-feira (2), a maioria era de Teresina (1.018 óbitos); Parnaíba (135 óbitos); Picos (68 óbitos) e Barras (54 óbitos). De acordo com pirâmide etária das mortes por coronavírus, as principais vítimas fatais da doença no Piauí são idosos com mais de 80 anos (32,6%) e idosos entre 70 e 79 anos (26,17%). O menor índice de mortes se encontra na faixa etária dos 0 a 9 anos (0,23%).

Mesmo com a pandemia, número de óbitos totais não aumentou em relação a 2019

Uma análise dos dados do Painel de Registro Civil mostra que essas mortes relacionadas ao coronavírus, apesar de subirem a cada dia, ainda não chegaram a puxar a quantidade de óbitos no Piauí para cima. De março a meados de setembro de 2020, o Estado registrou 7.989 mortes entre as relacionadas à Covid e demais causas mortis. No mesmo período do ano passado, foram 8.776 óbitos registrados em cartório no Piauí, um número 8% menor. Vale lembrar, no entanto, que os dados consolidados para 2020 não compreendem ainda a segunda quinzena de setembro, o que poderia indicar uma elevação nos óbitos contabilizados neste ano.

Fazendo-se o comparativo entre as mortes totais e os nascimentos lavrados em cartório, o Piauí teve duas vezes mais gente nascendo do que morrendo nos últimos seis meses, apesar da pandemia do novo coronavírus.

Foto: Jailson Soares.

Em 2020, o mês em que o Piauí registrou a maior quantidade de vidas perdidas foi em junho, quando o Estado lavrou em cartório 1.370 mortes no intervalo de 30 dias. Em 2019, o mês com a maior quantidade de óbitos foi maio, quando 1.449 piauienses perderam a vida por causas diversas. Vale lembrar, no entanto, que apesar de os números da pandemia não terem feito ainda os últimos seis meses de 2020 superarem a quantidade de óbitos de 2019, as mortes por Covid já somam 26% do total de vidas perdidas no Piauí ao longo do ano.

Observando-se os índices de óbitos gerais, as cidades piauienses que mais perderam vidas de março a setembro de 2020 são Teresina (2.279 mortes); Parnaíba (728 mortes); Piripiri (413 mortes); Picos (269 mortes); e São Raimundo Nonato (254 mortes). Percebe-se que as cidades que mais tiveram nascimentos em 2020 no Piauí também são as que mais tiveram mortes.

Por: Maria Clara Estrêla
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