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Por mês, 4,5 bilhões de litros de água são desperdiçados na capital

A Águas de Teresina estima que as ligações irregulares consumam até cinco vezes mais água do que uma ligação regular

11/05/2018 07:19

A Águas de Teresina revela que, por dia, são desperdiçados 148 milhões de litros de água, cerca de 4,5 bilhões de litros perdidos por mês. Dentre as áreas mais críticas e com maior desperdício de água está a região Centro-Sul de Teresina. No entanto, a Grande Santa Maria da Codipi e a zona Sul registram situações de desperdício por conta de localidades irregulares, que não dispõem de abastecimento padronizado perante à Águas de Teresina.

 “Esse ano, serão investidos R$ 22 milhões em ações de controle de perdas. Adotamos todos os recursos tecnológicos disponíveis para nos auxiliar nessas ações, a exemplo do geofone, equipamento que permite identificar os vazamentos antes mesmo deles aflorarem no asfalto. Estudamos permanentemente todos os aspectos e alternativas que irão direcionar ações futuras até o final da concessão”, destaca Luísa Sousa, responsável pela gestão de perdas da Águas de Teresina. 

Por mês, 4,5 bilhões de litros de água são desperdiçados na capital. (Foto: Arquivo O Dia)

Ligações irregulares 

A partir da regularização fundiária de algumas áreas de ocupações, a empresa tem investido na implantação da rede regular de abastecimento de água. Estima-se que ligações irregulares consumam até cinco vezes mais água do que uma ligação regular, padronizada. A primeira obra de regularização de rede começou em abril, no Parque Vitória, zona Sul da Capital. Lá são 22,6 quilômetros de rede de água beneficiando 3,2 mil imóveis. 

Outra região também beneficiada é o Residencial Dilma Rousseff, na zona Norte, com a implanta- ção de 18,6 quilômetros de rede para atender 1,6 mil famílias. Além disso, a concessionária fará a instalação de 100 pontos de Controle de Pressão (PCPs), além de 50 ventosas na rede, equipamentos cuja finalidade é garantir a distribuição de água na rede de forma otimizada, evitando o desperdício. 

Vazamentos alagam vias e prejudicam trânsito 

É comum passar por ruas de Teresina e encontrar canos com vazamento e vias alagadas. O tráfego de veículos e o volume de água fazem com que os buracos aumentem e dificultem a passagem de carros e pedestres. Ao longo da Avenida São Raimundo, por exemplo, próximo ao Mercado da Piçarra, na zona Sul da Capital, há cerca de dois meses, começaram a abrir diversas fendas. 

Quem trabalha na região conta que os buracos iniciaram pequenos, mas foram aumentando com o fluxo intenso de veículos. O comerciante Marcos Antônio Rodrigues de Sousa possui uma banca de frutas e verduras que fica localizada praticamente em frente a um desses buracos. Ele conta que a água chega a esguichar nos alimentos e em pedestres, o que tem causado grande transtorno. 

“Pela manhã, a rua fica parecendo uma piscina, completamente alagada. Aí conforme o dia vai passando, a água evapora e o vai e vem dos carros vai fazendo ela escorrer. Tem motorista que passa em alta velocidade e molha os pedestres que estão tentando atravessar, a banca e até outros motoristas que estão com o vidro abaixo”, comenta. 

O vendedor Fábio da Silva explica que comerciantes e moradores já entraram em contato com a Água de Teresina para que os reparos dos canos fossem feitos, mas, mesmo após inúmeras reclamações, os consertos ainda não foram providenciados. Segundo ele, o trânsito no local fica prejudicado por conta dos buracos e vazamentos, vez que os motoristas precisam reduzir a velocidade para passar. “Esses canos são muito antigos, então constantemente acaba estourando algum. Eles até fazem o reparo em um, mas abre um novo ao lado. O ideal seria mudar tudo, colocar canos novos e asfaltar a via de uma vez”, sugere.



Buraco na Avenida São Raimundo causa transtornos na região. (Foto : Moura Alves/O Dia)


Desperdício 

população pontua que os vazamentos não chegam a interferir no abastecimento de água na região, mas enfatizam o desperdício do líquido. A dona de casa Rosa Soares comenta que muitas regiões sofrem com a falta de água e poderiam ser beneficiadas com esse líquido que escorre pelo esgoto. 

“A gente tem sorte que, mesmo com esses vazamentos, chega água nas nossas casas. Mas sabemos que têm muitas pessoas em outros bairros que sofrem com a falta de água, que passam dias sem água nas torneiras. Se essa água que está sendo desperdiçada fosse direcionada para outros bairros, mais pessoas teriam acesso”, acredita.

 Intervenções 

Para evitar casos como o da Avenida São Raimundo, a Águas de Teresina informa que fará a substituição de 1.500 ramais em áreas onde os vazamentos eram reincidentes; com instalação de macromedidores de vazão para aferir a quantidade de água que está sendo distribuída para cada setor e assim ter maior controle e direcionar ações mais assertivas. 

Além disso, iniciará a substituição e instalação de 60 mil hidrômetros para modernização desse parque, visto que a vida média do medidor, estimada, é de cinco anos. A Águas de Teresina pontua ainda que são executados cerca de cinco mil consertos de vazamentos por mês – um esforço para reduzir de forma significativa o índice de perda de água tratada na Capital, uma das prioridades da concessionária. A meta é de que, até o décimo ano de concessão, o índice de perdas reduza para 25%.

Por: Isabela Lopes
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