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Tradicional desfile de 7 de setembro reúne crianças, adultos e idosos

Cerca de 45 instituições, entre militares, bombeiros, estudantes e trabalhadores, desfilaram em homenagem à proclamação de independência do Brasil.

07/09/2017 10:47

Ao som de fanfarra, com tambores que trazia alegria ao evento, os teresinenses desfilavam com roupas e temáticas que coloriam a avenida, levando para a o Dia da Independência assuntos de discussão como diversidade, meio ambiente e minorias. 

No total, eram mais de cinco mil pessoas desfilando, às margens do rio Poti, em Teresina, para comemorar os 195 anos da proclamação da independência do Brasil. Militares, estudantes, aposentados, atletas e diversos grupos celebraram a data que marca o início da soberania brasileira e que se tornou um símbolo de patriotismo.

Eram esperadas entre 35 e 40 mil espectadores para o desfile. Entre eles, estava o menino Alan Medeiros, de apenas 10 anos, que assistiu pela primeira vez a um desfile de 7 de setembro. Ele contou que sempre assistia aos desfiles pela televisão e ver ao vivo a marcha dos grupos era o que mais gostava de ver. “O desfile está muito bom e bonito, ele representa para mim uma homenagem ao Brasil e sua independência, estou gostando bastante”, disse o garoto. 

(Fotos: Assis Fernandes/Jornal O Dia)


Já o ex-militar José Oliveira perdeu a conta de quantos desfiles assistiu. Ele relata que há anos não perde o evento e, inclusive, quando criança, sempre participava. Para ele, ir até a avenida assistir ao desfile, é um ato de cidadania.  "A participação do povo no desfile é muito importância. Afinal, estamos comemorando nossa independência, e é uma festa muito bonito. Me lembro de uma frase que dizia que ninguém é culpado, mas todo somos responsáveis e acho que é vindo e participando disso que damos nossa contribuição", disse.

Desfilaram também, soldados do 25º Batalhão de Caçadores e do 2º Batalhão de Engenharia e Construção, componentes da Equoterapia, pelotões mirins, escoteiros, crianças da Legião da Boa Vontade (LBV), atletas do futebol e da capoeira, membros da maçonaria, entre outros grupos. Um grupo que chamou a atenção foi o das professoras aposentadas, que carregavam o lema: "Aposentada sim, Inativa nunca, Educadora sempre".

Desfilaram também, soldados do 25º Batalhão de Caçadores e do 2º Batalhão de Engenharia e Construção. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Entre as temáticas abordadas pelos estudantes, tinha de fantasias de diversas profissões e personagens que compõem o povo brasileiro. A representante das Filhas de Jó Internacional, que é uma organização ligada à maçonaria Katlin Bezerra declarou que, para ela, é um prazer desfilar no dia 7 de setembro.

"Esse dia mostra nossa obrigação como cidadão e a gente tem que se voltar para isso porque é uma liberdade que nós precisamos e quando a gente volta isso para o ado feminino, desfilarmos em uma condição hoje de igualdade, para a gente, é muito importante”, enfatiza ela. 

Durante o evento não houve grandes incidentes. Até as 10h O Corpo de Bombeiros havia feito poucos atendimentos de pessoas que passaram mal por conta do calor, apenas de duas pessoas até o momento. 

Paralelo ao desfile grupos manifestavam suas insatisfações sociais 

Paralelo ao desfile 7 de setembro, grupos das mais variadas categorias se reuniram para manifestar sua insatisfação diante da realidade do país e do Piauí. A ideia deles era chamar a atenção das autoridades que estavam no momento do desfile, como a vice-governadora Margarete Coelho, e da população, para mostrar que, mesmo comemorando a independência, há muito a se conquistar. 

O tradicional ato do Grito dos Excluídos, organizado pela Igreja Católica, que está na sua 23ª edição, reivindicava durante o evento com o lema “Por Direitos e Democracia, a luta é todo o dia”. O Padre Julio Ferreira era um dos coordenadores do ato e conta que a atividade tinha o objetivo de ir para as ruas mostrar que não estava satisfeito com o que vem acontecendo. 

“A gente sabe que vive em uma falsa independência, continua excluído, oprimido, e dependente principalmente do capital estrangeiro. Não estamos satisfeitos principalmente com as reformas trabalhistas e da previdência, que atinge em cheio os pobres, marginalizados. Enquanto igreja a gente não pode ficar parado. Sempre fazíamos em outra data, mas escolhemos fazer paralelo para protesta no dia que festeja a independência, mas que deveriam também olhar para o que precisamos”, destaca ele. 

Paralelo ao desfile grupos manifestavam suas insatisfações sociais. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Gregório Borges, representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) afirma que também estava manifestando em defesa das famílias que estão sendo ameaçada de expulsão, principalmente na região dos serrados, onde as terras estão sendo tomadas pelos grandes projetos por compra de estrangeiros. 

Quanto às reivindicações voltadas exclusivamente para o estado, Estevan Pires de Sousa, que faz parte da Convocação dos Excedentes da Polícia Militar estava com sua bandeira pedindo mais segurança pública.

“O Piauí tem 224 municípios, mais de 80 município possuem apenas um policial militar. A gente procura fonte do Corpo de Bombeiro que fala e relata o efetivo de 5986, mas a Associação dos Oficiais Militares do Piauí (AMEPI) nos diz que o essencial é 11366 policiais. Então, é triste a situação da segurança pública aqui. E estamos aqui nessa luta levantando essa pauta para as pessoas”, explica ele.

Ambulantes aproveitam altas temperaturas para faturar renda extra

O desfile é uma ótima o oportunidade de lucro para os vendedores ambulantes. A quantidade de pessoas vendendo água, sorvete, dindin, picolé sucos e refrigerantes era enorme em toda a avenida. Eles aproveitaram as altas temperaturas e o grande fluxo de pessoas para faturar uma renda extra.

Foi o caso da a dona Regina Sousa, o desfile de ontem (7) foi o primeiro no qual ela vendeu dindin e afirma que ficou muito feliz com o retorno. “Está muito forte o sol e é uma forma de atrair o povo, trouxe muito dindin e a expectativa é que venda todas. A procura está ótima”, comemora ela. 

Ambulantes aproveitam altas temperaturas para faturar renda extra. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Diferente da dona Regina, Sebastião Rodrigues vende picolé e sorvete há mais de dez anos no evento. Ele destaca que é uma das melhores datas para vendas no ano. “É muita gente, tem muito movimento e nesse sol, as pessoas sempre procuram, a gente lucra bem. Depois do corso, a independência é um dos que mais vende”, afirma ele. 

A estratégia é muito boa para quem quer assistir ao desfile e ao mesmo tempo faturar uma renda extra. Com a grande quantidade de crianças que participam, eles afirmam que quase nunca ficam no prejuízo. 

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento e Karoll Oliveira
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