Em pleno B-R-O-BRÓ, os teresinenses
estão se deparando
com vento. Esta característica
climática é mais percebida das
12h às 14h e de madrugada. O
motivo é um contraste de temperaturas,
em que a Terra está
aquecida e ao encontrar uma
atmosfera mais resfriada resulta
em mudanças de pressão e
vento. A informação é da meteorologista
Sônia Feitosa, da
Secretaria Estadual do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos
(Semar).
Hidratação e
proteção são
fundamentais diante
de temperaturas
que podem chegar
aos 41ºC (Foto: Jaílson Soares/ O Dia)
A especialista informa que
a ocorrência dos ventos existe
sempre nesta época do ano
e será intensificada quando as
temperaturas ficarem mais elevadas,
geralmente no final do
mês outubro, já que o ar quente
encontrará o ar frio de forma
mais intensa. “Nesse momento,
tem só um ventinho porque
não tem nuvens, não está tendo
essa nebulosidade; por isso, só
sentimos o calor, um vento, e
depois ele vai embora”, explica.
Sônia revela ainda que os
teresinenses perceberão que a
cidade está ainda mais quente
em outubro, quando as temperaturas
devem variar entre
39ºC e 41ºC. Quando se fala na
umidade relativa do ar, também
não há mudança em comparação aos anos anteriores: serão
valores inferiores a 20%, número
considerado estado de alerta
pela Organização Mundial de
Saúde.
O que contribui para queda
de umidade e aumento de temperatura
é a presença de uma
massa de ar seca, que impede
que outras massas mais frias penetrem.
Essa também é a razão para não haver nuvens e, consequentemente,
não ter umidade.
Além disso, essa massa é quente
porque nasce no continente e
não no oceano.
“Agora em setembro, as massas
mais frias, que vêm do Sul
do país, enfraquecem essa massa
seca que está agora. A umidade
da Amazônia também é
um fator que obriga essa massa
ir embora e é esse afastamento
que vai resultar nas primeiras
chuvas”, relata Sônia Feitosa.
Chuvas
No entanto, a previsão é que
as chuvas iniciem no final de
outubro e início de novembro,
ainda que fracas, e se intensifiquem
em dezembro. Segundo
Sônia Feitosa, a incidência de
precipitações pluviométricas
vai aliviar as altas temperaturas
e aumentar a umidade relativa
do ar. A meteorologista também
explica que, no final de novembro,
os céus ficarão nublados
e, em consequência disso,
a sensação de calor aumentará.
“Vai ficar muito abafado por
causa das chuvas e aumento
da umidade. Vai aumentar a sensação de abafamento, é diferente
de agora, porque agora
tem muito sol incidindo. O
maior calor será em outubro,
com temperaturas de até 41ºC
e a maior sensação de calor
será em novembro, pois tem
um calor úmido”, explica Sônia, acrescentando que os estados
do Goiás, Tocantins, Mato
Grosso e parte da Bahia também
sofrem com o calor.
Desidratação por calor pode
levar à queda de pressão
O período mais quente
do ano, além de aumentar a
sensação de calor, também
altera a forma como o corpo
humano funciona. Os
maiores problemas nesta
época estão relacionados
à desidratação e o coração
é um dos órgãos que mais
sofre com o calor, uma vez
que os batimentos cardíacos
se aceleram e a pressão
sanguínea aumenta.
A cardiologista Márcia
Beatriz explica que, com
a desidratação, o organismo
entende que está faltando
líquido no espaço
intravascular e a principal
consequência é aceleração
dos batimentos cardíacos,
resultando em taquicardia.
Esse quadro pode levar à
queda de pressão, conhecida
como lipotimia, já que
não chega a quantidade de
oxigênio suficiente ao cérebro.
Outros sinais de que o
organismo está sendo afetado
pelo calor é o suor frio
e ânsia de vômito. Além
de sintomas físicos, sensações de moleza e sonolência
também são presentes
em períodos de grande calor.
Isso acontece porque
o corpo tem temperatura
entre 36ºC e 37ºC, mas a
temperatura externa no B-R-O-BRÓ está em torno
de 40ºC. Com o aumento
da temperatura no ambiente,
o corpo tenta se resfriar
por meio do suor e aumenta
a circulação do sangue
por meio de vasodilatação.
“O organismo pode ‘superaquecer’
e é como se
precisasse desligar as funções para manter a temperatura
homeostática. O
corpo já funciona em uma
temperatura, mas nosso
meio está mais quente e
ele deixa funções mais lentas.
As reações enzimáticas
também ficam mais lentas”,
frisa a cardiologista.
Em dias de calor extremo,
Márcia Beatriz recomenda
que o ideal é usar roupas
leves, fazer atividades físicas
no início da manhã ou
final da tarde e, principalmente,
manter-se hidratado.
Além de beber água, a
cardiologista indica que as
bebidas isotônicas são importantes
no período, uma
vez que elas repõem os sais
minerais perdidos durante
a transpiração.
Edição: Virgiane PassosPor: LetÃcia Santos