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Murilo Benício participa de bate-papo sobre cinema em Teresina

A exibição especial do filme acontecerá na próxima quinta-feira, 19h30, nos Cinemas Teresina.

19/11/2018 16:30

No dia 22 de novembro, os Cinemas Teresina recebem mais uma edição da Sessão com Debate com o filme "O Beijo no Asfalto". O evento contará com a presença do ator e diretor Murilo Benício, que estreia como diretor no longa que é uma adaptação da obra de Nelson Rodrigues.

A exibição especial do filme acontecerá na próxima quinta-feira, 19h30, nos Cinemas Teresina e, em seguida, haverá um bate-papo para analisar a obra com o público presente. O debate será mediado pelo curador e documentarista Douglas Machado.

Numa adaptação ousada e diferente, que mescla teatro e cinema em preto e branco, Murilo Benício faz sua estreia na direção no filme baseado na peça escrita por Nelson Rodrigues e encenada pela primeira vez nos palcos em 1961. O longa traz um elenco de peso: Fernanda Montenegro, Débora Falabella, Lázaro Ramos, Stênio Garcia, Otávio Müller e Augusto Madeira.

Na trama, Lázaro Ramos vive Arandir, um homem que, sem pensar, atende ao pedido de um beijo na boca feito por outro homem prestes a morrer ao ser atropelado na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. Tal gesto banal vira uma matéria sensacionalista de Amado (Otávio Müller), um repórter que cria uma fake News e passa a explorar o beijo entre dois homens para vender mais jornal. A versão criada pelo jornalista incita a polícia a investigar uma suposta ligação entre Arandir e o morto e cria dúvidas na cabeça de Selminha (Débora Falabella), mulher de Arandir e filha de Aprígio (Stênio Garcia), que, misteriosamente, insiste na ideia de que presenciou o beijo, quando, na verdade, estava de costas.

"Nelson Rodrigues não é só atual hoje, ele vai ser sempre atual porque ele fala muito de alma, da alma humana, não fala de um tempo, ele fala de um ser, de um ser humano que vai ter sempre suas frustrações, seus desejos, as traições, conspirações, por mais que a gente mude a nossa maneira de ser e que a sociedade mude as inquietações que o ser humano sente", conta Murilo Benício.

O projeto do filme levou dez anos para se realizar e contou com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, Riofilme, além de recursos próprios, e coprodução do Canal Brasil. "Eu decidi fazer uma adaptação pouco antes do início dos anos 2000. Na época, comprei os direitos autorais, mas não consegui fazer porque me envolvi com outros trabalhos e acabei perdendo os direitos. Depois de muito tempo, quando eu estava fazendo um programa na Globo com o (diretor de fotografia) Lula Carvalho, que estava ciente da ideia, ele me perguntou em que pé estava e me incentivou a retomar o processo e o projeto", explica Murilo. 

Exibido na 41ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o elenco é um dos grandes destaques do filme. "Eu tinha umas pessoas na cabeça, o Augusto Madeira, por exemplo, tinha feito peça com a Débora, e eu fiquei muito impressionado com o trabalho dele, e eu já queria o Otávio Müller no elenco. A Fernanda Montenegro foi ideia do Andrucha (Waddington) porque eu não tinha certeza se ela toparia fazer uma participação no filme, e o Andrucha me deu a maior força. O filme não é só o que se fala, não é só o tamanho dos personagens, é a profundidade da experiência dos atores", completa o Diretor.

Para Débora Falabella, interpretar a Selminha e acompanhar de perto todo o processo de pré e pós-produção do filme foi um presente. "Uma das coisas mais legais de poder estar nesse projeto é conseguir encenar de uma maneira diferente no cinema esse texto no Nelson, que eu acho que na nossa dramaturgia é um dos textos mais perfeitos que a gente tem no teatro. É uma alegria poder estar com atores que eu gosto tanto em cena e tentar entender como levar o teatro para o cinema. Eu sou produtora de teatro, faço teatro há muitos anos, fiz cinema como atriz, mas nunca estive muito por trás desse processo e foi muito interessante entender isso e poder participar dessas ideias. E ainda ter pessoas como a Fernanda Montenegro e o Amir Hadad contando suas histórias para a gente", comemora.

"O Beijo no Asfalto" contou ainda com uma equipe de grandes nomes, como o fotógrafo Walter Carvalho, direção de arte de Tiago Marques Teixeira, montagem de Pablo Ribeiro e trilha de Berna Ceppas. Além de dirigir, Murilo Benício é produtor e roteirista do filme. Com produção de Marcello Ludwig Maia, da República Pureza Filmes, o longa tem distribuição em circuito nacional pela ArtHouse.

Ficha Técnica

Direção e roteiro: Murilo Benício

Elenco: Fernanda Montenegro, Lázaro Ramos, Débora Falabella, Augusto Madeira, Otávio Müller, Luiza Tiso, Amir Hadad, Stênio Garcia, Raquel Fabri, Marcelo Flores e Arlindo Lopes.

Ney Matogrosso – Participação na canção "A vida é ruim", de Caetano Veloso

Produção: Marcello Ludwig Maia e Murilo Benício

Fotografia e Câmera: Walter Carvalho

Direção de Arte: Tiago Marques Teixeira

Montagem: Pablo Ribeiro

Trilha: Berna Ceppas

Edição de Som: Denilson L. Campos

Som direto:  Marcel Costa

Figurino: Valeria Stefani

Maquiagem: Gabriela Figueira

Direção de produção: Barbara Isabella Rocha

Produção- executiva: Marcello Ludwig Maia

Sobre a produtora

República Pureza Filmes é uma produtora de cinema independente criada em 1995. Dirigida por Marcello Ludwig Maia, possui importantes filmes no seu currículo, entre eles "Amarelo Manga", "A Febre do Rato" e "Big Jato", de Claudio Assis; "Um Passaporte Húngaro", de Sandra Kogut; "Lunário Perpétuo", de Walter Carvalho; "A Erva do Rato" e "Educação Sentimental", de Julio Bressane; "Moacir Arte Bruta" e " Um Filme de Cinema", de Walter Carvalho; "Faroeste Caboclo", de René Sampaio; "Galáxias", de Fabiano Maciel; "A História da Eternidade",  de Camilo Cavalcante, "Love Film Festival", de Manuela Dias; "Um Filme de Cinema", de Walter Carvalho e, "Domingo", de Fellipe Barbosa e Clara Linhart. 

No line-up da produtora ainda constam projetos em finalização, como "Três Verões", de Sandra Kogut, com Regina Casé, Otávio Muller, Rogério Fróes e Gisele Fróes; "Piedade", de Claudio Assis, com Fernanda Montenegro, Cauã Reymond, Matheus Nachtergaele e Irandhir Santos; e "Pérola", de Murilo Benício, com Drica Moraes, Rodolfo Vaz, Léo Fernandes, Louise Cardoso, Claudia Missura e  Jefferson Schroeder. Saiba mais sobre os projetos da produtora pelo site www.republicapurezafilmes.com.br

Sobre a distribuidora

A ArtHouse é uma distribuidora dedicada ao cinema de autor que traz em seu catálogo filmes como A Erva do Rato e Educação Sentimental, de Julio Bressane, A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante, Big Jato, de Cláudio Assis, Futuro Junho, de Maria Augusta Ramos e muitos outros longas-metragens que se destacaram no circuito de festivais dentro e fora do país, como os Festivais de Rotterdam, Locarno, Roma, Festival do Rio e Festival de Brasília.

Os mais recentes lançamentos incluem: A Família Dionti, de Alan Minas, vencedor do prêmio de público no Festival de Brasília; Introdução à Música do Sangue, de Luiz Carlos Lacerda; Love Film Festival, de Manuela Dias, e o premiado Um Filme de Cinema, de Walter Carvalho, em cartaz nos cinemas. Entre os próximos na carteira de 2018 destacam-se O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, King Kong em Assumpcion de Camilo Cavalcanti, Back to Maracanã, coprodução com Israel, Domingo, novo filme de Fellipe Barbosa e Vergel, De Kris Niklison com Camila Morgado – coprodução: Argentina/Brasil.

Com um foco no cinema nacional de arte, e consciente da importância da comunicação eficaz com o público, a distribuidora ArtHouse ajuda a preencher uma lacuna no setor, dando visibilidade em salas de cinema a toda uma produção brasileira de imensa qualidade e reconhecimento internacional que enfrenta sérias dificuldades de chegar ao espectador.

Fonte: Da Redação
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