“Um triste quadro de descaso”, assim vereadores de Teresina
definiram a grave crise atual da educação na capital. Insatisfeitos, os professores
cobram o pagamento do abono-fundeb, gratificação que está sendo concedida em
praticamente todos os estados do país. Referência na educação brasileira e o
melhor ensino fundamental entre as capitais até o ano passado, Teresina passa
por um momento difícil. De acordo com representantes dos professores o ano
letivo pode nem terminar na capital. Caso não haja acordo entre a classe e Dr. Pessoa,
professores ameaçam não finalizar a entrega de notas e o fechamento das
atividades curriculares de 2021.
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O vereador Paulo Lopes (PSDB) lembrou o histórico cuidado e dedicação com a educação que eram pilares das antigas gestões, e cobrou um olhar mais próximo dos professores, principais responsáveis pela elevada qualidade do ensino de Teresina. “Com certeza nas últimas gestões, quando nosso saudoso prefeito Firmino estava a frente da prefeitura, nossa educação era referência para o Brasil todo, a melhor entre todas as capitais, isso era motivo de muito orgulho. Isso só foi possível graças ao empenho desses profissionais, os professores estão na linha de frente das escolas. Agora estamos vendo no primeiro ano dessa nova gestão essas manifestações. Eles deveriam ter esse estímulo através do auxílio e não estão recebendo, isso pode desestimular, ficamos preocupados com toda a rede educacional por não ter esse olhar carinhoso com todos os professores. Vamos estar atentos e cobrando a valorização destes profissionais” lamentou o parlamentar.
Em resposta a Secretaria Municipal de Educação afirmou já gastar acima do mínimo obrigatório do Fundeb com o pagamento salarial dos professores. O secretário de Educação de Teresina, Nouga Cardoso, informou que a Prefeitura de Teresina já usou cerca de 74% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para pagamento de servidores da capital, conforme informou a secretaria Municipal de Finanças (SEMF). A lei estabelece que os gastos sejam de, no mínimo, 70% no pagamento de pessoal.
Servidores em protesto na Câmara FOTO: Assis Fernandes/ODIA
Deboche
Além da crise enfrentada pelos servidores, a reação de um certo "deboche" da Prefeitura para os servidores também tem causado indignação dos servidores. Viralizou na última terça (14) um protesto dos servidores na frente do executivo municipal. Os professores ficaram indignados com a reação do vice-prefeito, Robert Rios, que chega a mandar beijos para os educadores.